Entre os cefalópodes, o argonauta é um dos mais curiosos. O macho não passa de dois a três centímetros, ao passo que a fêmea é gigantesca: 20 centímetros, ou seja, oito a dez vezes maior do que ele. Durante o dia, ocultam-se no mar profundo, mas nas noites calmas vagam na superfície, aos milhares, boiando sob a luz das estrelas. O argonauta é um polvo que vive em uma concha. Esse nome lhe foi dado em homenagem a Argos, o barco de Jason, herói da mitologia grega que conquistou o Velocino de Ouro, uma pele de ovelha que dava poderes a quem tivesse uma.
O “barco” do argonauta é claro como porcelana e tem a proa curva como a extremidade de uma bengala. As laterais são flexíveis e ondulantes, e no centro da concha, de fora a fora, apresenta uma fila dupla de pontas, como se fossem pequenos chifres.
O argonauta usa a concha como barcos, para boiar no mar. Ele não se acha preso à concha, pois sai dela e entra quando quer. Na verdade, não é ele, é ela. Os machos não têm conchas. As fêmeas as fabricam e usam também para embalar e cuidar dos filhotes. Dois dos oito braços do argonauta são usados como velas, que ao sabor das ondas são levantados. Segundo a lenda, foi com ele que Jason aprendeu a navegar sobre as águas.
Além de habitar os Oceanos Atlântico e Pacífico, os argonautas navegam aos milhares no Mar Mediterrâneo, o mesmo mar onde Jonas, o profeta suicida, navegou em um barco fugindo de Jope para Társis.
Ao ser descoberto no porão do navio, roncando, dormindo o sono de quem deseja se esconder da realidade, Jonas não vacilou e confessou estar em pecado contra Deus. Pediu que o lançassem ao mar, tal era a sua decepção consigo mesmo. Não admitia o plano de Deus para salvar o povo de Nínive, mas também não admitia sua ação covarde.
A história de Jonas é a de todos nós. Quantas vezes fugimos de Deus, indo na direção oposta à indicada por Ele! Esse caminho, porém, é o caminho da decepção e da tristeza. Jonas não morreu afogado no mar, mas passou o maior sufoco de sua vida e quase virou sopa na barriga de um peixe. Não foi Deus quem o jogou ao mar. Foram os homens do barco, mas a ideia foi de Jonas. Quando fugimos de Deus, tropeçamos nas próprias pernas. Vá de carro, vá de bicicleta, vá de navio ou de avião, mas vá com Jesus!