A artista trabalha vigorosamente com o pincel rígido e pó de serragem para limpar o óleo de linhaça e resíduos de fundição das intrincadas peças de vidro colorido que estavam sobre a bancada de trabalho. Chumbo e solda unem as peças. Ela ergue cuidadosamente o grande painel, perpendicularmente à bancada, e o acomoda ali, usando o pincel para eliminar todas as partículas que se prendem a ele. Reunindo forças adicionais, ela ergue o painel diante de si e o segura contra a janela, por onde entra a luz solar.
A luz passa através da obra concluída e ilumina miríades de cores que ela incorporou a essa representação da segunda vinda de Cristo. Seu coração regozija-se diante da beleza que ela só podia imaginar enquanto o trabalho ainda jazia sobre a escura bancada.
Ao contemplar essa nova peça artística, não pode deixar de comparar o processo de criação àquilo que Jesus fez e ainda faz em sua vida. Ela tem estado junto à bancada do Artista Mestre por muitos anos. Tem sentido a pressão enquanto Ele recorta e retira pedaços quebrados de sua vida para fazer com que se encaixem no Seu molde perfeito. Tem sentido o calor ardente enquanto Ele solda todas as peças e as une com vínculos que não se partirão, antes de limpar os resíduos restantes.
Examinando sua obra, ela não pode deixar de recontar as promessas do Artista Mestre – promessas de vir, de buscar e de instalar em Sua casa a obra-prima para a qual dispensou tanto amor e atenção. Ela recorda a descrição desse lugar para onde em breve será levada. Muros de jaspe. Doze fundamentos, cada um feito com uma pedra preciosa diferente, com o resplendor que vem de dentro transluzindo com indizível brilho. Beleza além da mais ousada imaginação. Então ocorre à artista que a razão pela qual o Artista Mestre é tão qualificado e apto a realizar Sua obra é que Ele mesmo já esteve diante da bancada de trabalho. Suportou o processo de corte e abrasamento, chegando ao ponto da morte. Sabe o que é necessário para produzir uma obra perfeita, de beleza sem paralelo.
Enquanto a artista pensa sobre isso, seu coração se comove e se assombra diante do amor que o Artista Mestre dedicou à Sua obra. Ah, Jesus, perdoa-me a resistência que revelo às vezes diante do Teu trabalho como artífice. Graças Te dou por Tua amorável paciência. Amém.
Sylvia Stark