Mesmo com o avanço da tecnologia na aviação, muitos pilotos de helicópteros ainda utilizam uma técnica antiga para permanecer na rota certa. Eles amarram um pequeno fio de lã vermelha no para-brisa da aeronave, chamado de “corda de guinada”, que ajuda o piloto a saber o sentido do vento em relação à aeronave. Se a lã está deslocada mais para a esquerda, por exemplo, é sinal de que o vento está vindo da sua direita. Assim, o piloto vira o nariz do helicóptero para esse lado até que a “lãzinha” fique alinhada novamente com o eixo da aeronave. 

Quando os dois espias de Israel visitaram a casa de Raabe, a prostituta que morava em cima dos muros de Jericó, pediram a ela que colocasse na janela um fio escarlate, como sinal, a fim de que fosse salva no dia da batalha. Aquele cordão seria um emblema exterior da sua fé em Deus (Js 2:9-11), uma forma de manter a vida no rumo certo. 

É interessante observar que a palavra hebraica tiqwah pode ser traduzida tanto como “cordão” quanto como “esperança”. Ela é empregada pela primeira vez em Josué 2:18, com referência à “corda de guinada” que Raabe usou na janela da sua casa. Mediante aquele ato, Raabe demonstrou onde estava a esperança da sua salvação. Como resultado da sua fidelidade, ela e toda a sua família foram poupadas da destruição (Hb 11:31). 

Esse fio de esperança percorre toda a Bíblia, em especial, a descendência de Raabe. Quando lemos o diálogo entre Noemi e Rute, encontramos pela primeira vez a palavra tiqwah traduzida como “esperança”. “E mesmo que eu pensasse que ainda há esperança para mim – ainda que eu me casasse esta noite e depois desse à luz filhos”, disse Noemi, “iriam vocês esperar até que eles crescessem?” Sabemos que não foi Noemi quem suscitou um descendente para se casar com a sua nora Rute, mas sim a providência do Senhor. Rute se casou com Boaz, um rico fazendeiro. Sabe quem era ele? Filho de Raabe (Mt 1:5), a ex-prostituta cananeia. Rute e Boaz foram bisavós de Davi (Rt 4:22), o grande rei de Israel e precursor do Messias. 

Raabe colocou o fio da esperança na janela. E você, tem o mesmo “fio” no coração?