Domingo
16 de março
O DEUS “EXILADO”
No terceiro ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio a Jerusalém e a sitiou. O Senhor entregou Jeoaquim, rei de Judá, nas mãos dele, e também alguns dos utensílios do templo de Deus. Nabucodonosor levou os utensílios para o templo do seu deus, na terra de Sinar, e os colocou na casa do tesouro do seu deus. Daniel 1:1, 2

Ao ler o que Daniel escreveu sobre o exílio, algo me impressionou. Na invasão de Nabucodonosor à Jerusalém, muito sangue foi derramado, jovens foram capturados e a população passou fome. Os israelitas foram submetidos a todo tipo de barbárie, mas Daniel não registrou detalhes do sofrimento do povo.

Embora o profeta não tenha falado de suas dificuldades, ele enfatizou o fato de Nabucodonosor ter levado os utensílios do templo de Jerusalém para a casa do seu deus. Na época, esse era o costume entre os vencedores. Isso era feito para demonstrar a superioridade do deus “vencedor” em relação aos deuses dos vencidos.

Era como se os deuses dos povos derrotados fossem levados como troféus dos vitoriosos. Eles eram deportados e incorporados ao rol de divindades inferiores do panteão daquela nação. Como Nabucodonosor não encontrou nenhum ídolo no templo, ele tomou os utensílios como símbolos do que imaginava ser a derrota da divindade israelita.

Isso, para Nabucodonosor, significava a humilhação do Deus de Israel, pois Ele estaria sendo “removido” de Seu território e levado para o exílio com Seu povo. Os babilônios acreditavam que Ele devia sofrer o mesmo destino de Seus adoradores.

O desenrolar da história, porém, fugiu ao previsto. Após sete anos de humilhação, nos quais viveu como animal, o rei reconheceu a soberania do verdadeiro Deus e O louvou da seguinte maneira: “Eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico ao Rei dos céus, porque tudo o que Ele faz é verdadeiro, e os Seus caminhos são justos. Ele tem poder para humilhar os que vivem com arrogância” (Dn 4:37).

Em algumas situações, corremos o risco de esquecer que Deus tem o completo domínio sobre o que acontece neste mundo. Mas o livro de Daniel nos mostra que as rédeas da história estão nas poderosas mãos do Altíssimo.