Segunda-feira
28 de março
O dilema da compaixão
Uma grande multidão de povo O seguia, e também mulheres que batiam no peito e O lamentavam. Porém Jesus, voltando-Se para elas disse: “Filhas de Jerusalém, não chorem por Mim.” Lucas 23:27, 28, NAA

Jesus morreu por causa da pandemia do pecado. Quando o ser humano desobedeceu e caiu, uma calamidade se alastrou pelo planeta, afetando todos os seres humanos (Rm 3:23). A vacina provida por Deus para neutralizar o vírus do pecado é o sangue imaculado de Jesus, cuja vida e morte têm pleno poder para nos salvar (Hb 9:12-15). “Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos” (Rm 5:19, NAA). Essa é a essência do evangelho.

Nos dias de Jesus, porém, muitos dos que O seguiam foram incapazes de entender o sacrifício do Salvador. Pedro, por exemplo, O aconselhou a desistir (Mt 16:21-23). Judas quis que o Mestre usasse Seu poder para derrotar os romanos. O centurião ao pé da cruz só creu de fato em Cristo depois de presenciar o terremoto e o escurecimento do sol naquela sexta-feira (Mt 23:44-47). As mulheres, ao ver um inocente a ponto de ser executado, acharam que o problema estava com Cristo, não com elas (Mt 23:48). Praticaram uma compaixão cega. Derramaram lágrimas que as impediam de ver o maravilhoso plano concebido por Deus para pôr um fim definitivo às lágrimas derramadas desde o Éden até hoje.

Desde 2019, milhares de pessoas têm descido à sepultura devido à ação de um vírus. Igrejas, centros comerciais e aeroportos foram fechados; aulas e reuniões, suspensas. O terror e o medo se espalharam. A economia colapsou. Assim como as mulheres no caminho do Calvário, nossa tendência é a de nos concentrarmos na tragédia; afinal, é o que há de mais óbvio, não é? Contudo, quem dera pudéssemos enxergar além! Quem dera pudéssemos ver Deus agindo nesses dias escuros e estranhos! Quem dera tivéssemos compaixão de nós mesmos como temos daqueles que a morte nos arrebatou!

Pare e pense. E se hoje eu estivesse com os dias de vida contados, estaria preparado para me encontrar com Deus? Seguiria o exemplo de serenidade, confiança e fé que Cristo deixou? Tomara que sim. Que assim seja, porque, se nossa esperança se limita apenas a esta vida, “somos os mais infelizes deste mundo” (1Co 15:19, NAA).