Cristo, por ser o substituto e penhor da humanidade, recebeu sobre Si a iniquidade de homens e mulheres. Foi contado como transgressor a fim de redimir as pessoas da condenação da lei. A culpa de cada descendente de Adão de todas as eras pesou no Seu coração. A ira de Deus e a terrível manifestação do Seu desprazer por causa da iniquidade encheram a alma do Filho de consternação. Quando a face divina se escondeu do Salvador, nessa hora de angústia suprema, o coração de Cristo foi tomado por uma tristeza que jamais poderá ser plenamente compreendida pela humanidade. Cada pontada de dor que o Filho de Deus suportou na cruz, as gotas de sangue que escorreram por Sua fronte, pelas mãos e pelos pés, as convulsões de agonia que abalaram o Seu corpo e a angústia inexprimível que Lhe encheu a alma diante do ocultamento da face do Pai – tudo isso fala aos homens e mulheres, dizendo: “Foi por amor a você que o Filho de Deus consentiu em receber sobre Si o peso desses crimes odiosos. Por você, Ele despojou o domínio da morte e abriu as portas do Paraíso e da vida imortal. Aquele que acalmou as ondas iradas com a Sua palavra e andou por sobre os vagalhões cobertos de espuma; Aquele que fez demônios tremerem e a doença fugir diante do Seu toque; Aquele que ressuscitou mortos para a vida e abriu os olhos dos cegos Se ofereceu na cruz como o último sacrifício em prol da humanidade” […].
Satanás, com as suas tentações atrozes, atormentou o coração de Jesus. O pecado, tão odioso para Ele, foi lançado sobre Si até que gemesse sob o seu peso. Não é de se espantar que a Sua humanidade tenha estremecido naquela hora terrível. Anjos testemunharam abismados a agonia desesperadora do Filho de Deus, muito maior do que a dor física, de tal modo que essa quase não era sentida…
A natureza inanimada expressou simpatia por seu Autor insultado e moribundo. O sol se recusou a olhar para a terrível cena. Seus raios plenos e brilhantes que resplandeciam sobre a terra na metade do dia subitamente pareceram eliminados. […] As densas trevas foram um emblema da agonia de alma e do horror que tomaram conta do Filho de Deus. Ele a havia sentido antes no Getsêmani, quando Seus poros expeliram gotas de sangue, e onde teria morrido, não fosse o anjo enviado pela corte celestial a fim de revigorar o divino Sofredor, para que pudesse trilhar o caminho ensanguentado até o Calvário (The Spirit of Prophecy, v. 3, p. 162-164).
PARA REFLETIR: O que mais Jesus precisa fazer para convencer você de se entregar a Ele?