No Sermão do Monte, Jesus demonstrou que os princípios do Seu reino são invertidos em relação aos valores do mundo. Em vez de riqueza, força e opressão, o Mestre valorizou a pobreza, humildade e mansidão. Não era bem isso que a Sua audiência queria ouvir. Mas as palavras de Cristo foram ditas com tanta verdade e ternura que penetraram o coração dos espectadores como chuva em terreno árido. Parecia-lhes que o Céu havia baixado à Terra. 

É incrível perceber que Jesus encerrou as bem-aventuranças falando de perseguição. Em condições normais, esperaríamos recompensas e honras para aqueles que seguem o caminho da justiça. Entretanto, Cristo apresentou aos discípulos um gran finale invertido; um “final feliz” de ponta-cabeça. Segundo a ótica do Reino, a caminhada cristã não termina com uma fita vermelha, mas com uma espada apontada para o pescoço. 

Mas espere aí! Isso não é tão ruim como parece, desde que você esteja analisando com as “lentes” do Espírito. Os discípulos que seguem o Mestre entendem que o caminho é estreito e que estamos aqui apenas de passagem. O próprio Cristo, que não merecia açoites, cusparadas e cruz, ensinou pelo exemplo que amar tem um alto custo e que a perseguição faz parte do repertório da fé. Aqui não é a nossa pátria, mas uma escola de preparação para o Céu. 

Se você está sendo perseguido hoje por causa de Cristo, saiba que você não está sozinho. Ao longo dos séculos, milhões de fiéis perderam a vida nos coliseus, nas prisões e fogueiras acesas pelos poderes civis e religiosos. Em muitos casos, esses mártires morreram cantando e pregando a respeito da sua fé em Jesus. Foi assim com Policarpo de Esmirna, João Hus, William Tyndale e tantos outros. Ellen White comentou que jovens “saíam para o cadafalso e para a fogueira trajando seus melhores vestidos, como se fossem para o casamento” (O Grande Conflito, p. 204 [240]). Será que possuímos uma resolução tão firme quanto essa? 

Estima-se que, a cada ano, cerca de 250 milhões de cristãos sofram algum tipo de perseguição severa no mundo. Um dia, essa perseguição ficará mais acirrada e baterá à porta da nossa casa. Pela graça de Deus, permaneça fiel, custe o que custar.