Da queda de Jerusalém, os pensamentos de Jesus se dirigiram a um juízo maior. Na destruição da cidade não arrependida, Ele viu um símbolo da destruição final que viria ao mundo. E disse: “Nesses dias, dirão aos montes: ‘Caiam em cima de nós!’ E às colinas: ‘Cubram-nos!’ Porque, se isto é feito com a madeira verde, o que será da madeira seca?” (Lc 23:30, 31). A madeira verde representava Jesus, o inocente Redentor. Deus permitiu que Sua ira contra a transgressão caísse sobre Seu amado Filho, que devia ser crucificado pelos pecados da humanidade. Que sofrimento, então, suportaria o pecador que continuasse na transgressão? Todos aqueles que se recusassem a se arrepender e crer conheceriam uma dor e aflição que a linguagem seria incapaz de expressar.
Dentre a multidão que acompanhava o Salvador ao Calvário, muitos O haviam seguido com alegres hosanas e abanando folhas de palmas, enquanto andava em triunfo para Jerusalém. Mas vários que, naquele momento, cantaram louvores porque era um ato popular, agora gritavam: “Crucifique! Crucifique-O!” (Lc 23:21). Quando Jesus ia montado no jumento em direção a Jerusalém, a esperança dos discípulos subiu ao mais alto grau. Tinham se reunido em torno Dele, sentindo ser uma grande honra estar ligados a Ele. Agora, em Sua humilhação, eles O seguiam de longe. Estavam dominados pela tristeza e curvados diante do fracasso de suas esperanças. As palavras de Cristo se mostraram verdadeiras: “Todos vocês Me abandonarão. Pois está escrito: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersas’” (Mt 26:31, NVI).
Chegando ao lugar da execução, os prisioneiros foram amarrados ao instrumento de tortura. Os dois ladrões tentaram se livrar daqueles que os puseram na cruz, mas Jesus não apresentou qualquer resistência. Sua mãe, apoiada por João, o discípulo amado, havia seguido o Filho até o Calvário. Vira-O desmaiar pelo peso da cruz e desejava amparar com a mão aquela cabeça ferida e lavar aquele rosto que um dia tinha se reclinado em seu peito; porém não tinha esse triste privilégio. Maria, assim como os discípulos, ainda acalentava a esperança de que Jesus mostrasse Seu poder e Se livrasse dos inimigos. Mais uma vez, o coração dela se partia ao lembrar as palavras com que Ele havia predito as cenas exatas que estavam ocorrendo (O Desejado de Todas as Nações, p. 598 [743, 744]).
PARA REFLETIR: Como você trata aqueles que ama quando o ferem?