As janelas do meu apartamento davam para uma pequena floresta, na maior parte de pinheiros, e também algumas árvores. O inverno está chegando, e as árvores estão desfolhando. Uma árvore de cipreste não perene já está descoberta. Seus delgados ramos se dirigem ao céu, em aparente súplica silenciosa.
Uma árvore protesta obstinadamente contra o implacável ataque do vento frio. Vejo isso perto da minha janela. A árvore está desprovida de folhas, exceto por um ramo solitário. As folhas desse ramo ainda estão verdes, mas pendem precariamente, lutando contra o vento e parecendo desafiar a inevitabilidade de sua morte à medida que o inverno se aproxima.
Fico me perguntando qual a razão disso.
Talvez seja uma lição para nós, um sinônimo de pensamento humano de querer ser sempre jovem. À medida que envelhecemos, tentamos manter os aspectos da nossa vida anterior, negando a eventualidade do que está por vir.
Muitas vezes não aceitamos e apreciamos a sabedoria que acumulamos com a idade. Acompanha a aparência de “intemperismo” das muitas tempestades que sofremos ao longo da vida.
Estou querendo ver se a árvore teimosa sobreviverá até o inverno. Algo me diz que ela sucumbirá ao ciclo da natureza, exatamente como faremos quando o tempo chegar. Ainda assim, precisamos considerar o conselho do famoso poeta Dylan Thomas: “Não vá gentilmente naquela boa noite […]; fúria, fúria contra o morrer da luz.”
Talvez aquelas folhas verdes estejam fazendo isso…
O que Thomas quis dizer com a palavra fúria? Embora a palavra possa significar uma raiva extrema, de acordo com o dicionário, também pode significar “um sentimento intenso”. Para um cristão, essa poderia ser uma decisão interna para perseverar e permanecer fiel para que, enquanto vivermos, possamos testemunhar de Cristo.
Como cristãs, nós nos regozijamos e louvamos a Deus enquanto confiamos Nele para ser nossa ajuda sempre presente em tempos difíceis. Confiando Nele, sabemos que a primavera eterna seguirá o inverno.
Peggy Miles Snow