Sábado
29 de março
O MAIOR DE TODOS OS MISTÉRIOS
Ele, porém, lhes respondeu: “Um inimigo fez isso.” Mateus 13:28

De onde vem o mal? Como o pecado surgiu no coração de Lúcifer? Essas perguntas intrigam muita gente. É uma pena que muitos racionalistas, ao buscarem uma explicação para essas questões, terminem justificando o mal em vez de explicá-lo.

Assumindo a premissa de que “as coisas encobertas pertencem ao Senhor” (Dt 29:29), contento-me com o que está revelado e me firmo em outras perguntas geralmente negligenciadas por aqueles que se concentram apenas no problema do mal. Se me perguntam: De onde vem tanta maldade? Eu pergunto de volta: De onde vem tanta bondade?

A história não é feita somente de Calígula, Hitler e Mao Tsé-Tung. Ela também conta com Madre Teresa, Desmond Doss e Mahatma Gandhi. Se a ação dos maus depõe contra a existência de Deus, não deveria a presença do bem afirmá-la? A sensação da dor não prova a inexistência do bem, apenas aponta a coexistência de dois princípios antagônicos, que demandam nossa adesão para um lado ou para o outro.

Esse tema já era debatido nos dias de Paulo, que o chamou de “mistério da iniquidade” (2Ts 2:7), uma expressão usada tanto para a atuação do anticristo quanto para a rebelião que começou no Céu e se estendeu para a Terra. Para Paulo, esse “mistério” só era resolvido com outro mistério ainda maior, o da “piedade”, demonstrado na vida de Jesus (1Tm 3:16).

Por isso, em vez de me deter no problema do mal, prefiro refletir sobre o mistério do amor de um Deus que, sendo plenamente suficiente em Si mesmo, decidiu criar o ser humano. Um Deus que tem tudo e mesmo assim sente a minha falta.

Como explicar isso? Não sei, mas não me importo com a falta de respostas. Ninguém que é verdadeiramente amado entra em crise por não saber a origem do amor que recebeu. Apenas desfruta desse sentimento e o retribui. E por que alguns não correspondem ao amor de Deus?

Eis aí outro mistério. Por que Paulo seguiu para o martírio e Judas para o enforcamento? Ambos conheceram o mesmo Cristo. Sinceramente, não sei. É inútil tentar decifrar os motivos do coração humano. Não tenho acesso ao íntimo do outro, mas posso descer ao fundo de mim mesmo, e a melhor escolha é não rejeitar Jesus.