Pensando nos grandes feitos de Deus no passado podemos ter segurança e paz, na certeza de que Ele não mudou (Ml 3:6). O tempo não exauriu Seu poder e Sua disposição de fazer o melhor em nosso favor. Quem quer que tenha caído nas malhas da enfermidade, do desprezo, da solidão, tristeza e angústia, dos sonhos frustrados, ou tenha mergulhado fundo no lamaçal do pecado pode esperar Naquele que é especialista em tornar possíveis as impossibilidades da vida. Mesmo enlutados não perdem por esperar o milagre da ressurreição, no glorioso dia da vinda de Jesus. O Senhor continua sendo o Deus milagroso, pronto a utilizar todo Seu poder tendo em vista o bem-estar de Seus filhos.
Entretanto, muitas pessoas têm revelado a propensão de substituir o fundamento em que devem firmar a fé, colocando-a nos milagres em vez de alicerçá-la no Autor deles. A verdadeira fé no Deus criador, mantenedor e redentor não deve estar firmada apenas no fato de que Ele realize maravilhas ou não. A fé que depende de sinais e milagres, em realidade, está fundamentada na areia movediça da mera curiosidade e desconfiança. Foi essa imitação de crença que Jesus Cristo denunciou: “Se não virdes sinais e prodígios, de modo nenhum crereis.” A condição daquela gente era a mesma implícita na afirmação de Nancy Gibbs: “Para os verdadeiros crentes, nenhum milagre é necessário. Para os incrédulos, nenhum milagre é suficiente” (“The Message of Miracles”, Time, 24/6/2001).
Pelo fato de que Deus é o mesmo, ontem, hoje e eternamente, milagres ainda existem. O Senhor a quem servimos pode fazer toda e qualquer coisa em nosso favor; se Ele quiser (Dn 3:16-18), conforme vimos ontem. Mas não importa o que aconteça, nossa fé não deve sofrer abalos. Afinal, o próprio Autor das maravilhas Se dá a nós a cada pulsar de nosso coração. Isso nos basta porque, Nele, temos tudo de que necessitamos. Além do mais, que maior milagre existe do que a transformação do coração humano obstinado, rebelde, com suas inclinações carnais? Esse é o maior dos milagres.
“Meu Deus é onipotente Rei, / Não posso duvidar, / Pois tantas maravilhas pôs / no céu, na Terra e mar! / Mas um maior milagre me comove o ser; / tão insondável é, não posso compreender: / Que o meu eterno Deus, em Seu grande amor / A mim salvasse, pobre pecador!” (Hinário Adventista do Sétimo Dia, no 198).