Enquanto eu fechava o zíper da minha mala, o telefone tocou. Era minha filha, avisando que sua cidade estava coberta de neve e ela não conseguiria tirar o carro da garagem para me buscar na estação de trem.

Eu havia planejado passar o Natal com a minha filha e a sua família, mas agora eu já não sabia se isso aconteceria.

Partes de Oregon tinham sido atingidas por um clima de inverno peculiarmente rigoroso. A neve estava alta; e as temperaturas, baixas. Eu sabia que conseguiria chegar à estação de trem em Salem, mas ir da estação até a casa da minha filha, que ficava a quase 50 quilômetros da estação, era o grande desafio.

Liguei para as linhas de ônibus, mas estavam fora de operação. Calculando a distância, eu sabia que chamar um taxi, se é que havia algum circulando, seria algo muito caro. Mas, destemidamente, orei e tentei o plano B. Decidi ligar para uma amiga que morava perto da estação de trem. Depois de explicar minha situação, ela me convidou para passar a noite em sua casa. Minha amiga enviaria duas mulheres que tinham um carro apropriado para dirigir na neve para me buscar. Se eu não conseguisse chegar até McMinnville como planejado, pelo menos eu estaria mais perto do meu destino. Pedi a Deus que cuidasse dos detalhes e iniciei a viagem na manhã seguinte.

O trem chegou com três horas de atraso, e não havia ninguém na estação para me receber. Liguei para a casa e para o celular da minha amiga várias vezes, mas ninguém atendeu. A estação de trem fecharia às 20h, e eu estava sem opções. Ao conversar com uma das agentes do guichê, comentei entristecida:

— Bem, pelo jeito não vou chegar a McMinnville hoje à noite.

Ela me olhou por um momento com cara de espanto, depois sorriu e disse:

— Eu moro em McMinnville e irei para casa daqui a 45 minutos. Você pode pegar carona comigo, se quiser.

Então foi minha vez de ficar surpresa. Deus é um agente de viagens incrível!

Márcia Mollenkopf