Os valdenses viviam no Vale de Pragelas, na Itália. Seus cidadãos, fiéis a Deus, eram chamados amigos de Deus pela bondade, simplicidade, bons costumes e conversas sábias. Tinham hábitos simples e saudáveis, não acumulavam riquezas e comiam daquilo que plantavam.

Seus mestres trabalhavam como tecelões ou sapateiros, mas também estudavam e ensinavam os outros. Alguns viajavam entre as igrejas ajudando doentes, ensinando e encorajando os membros com pouco acesso à escola e aos livros.

Por sua lealdade e fidelidade a Deus e desobediência às leis romanas, eles eram perseguidos pelos papas antigos. Muitos foram punidos nos instrumentos de tortura; outros morreram à espada ou na fogueira. Mesmo diante de ameaças, não temiam o sofrimento e a morte. Em vez disso, eles cresciam em número.

Por volta do ano 1400, a perseguição aos valdenses se intensificou. Fazia pouco tempo que os soldados haviam invadido o Vale de Pragelas e matado adultos e crianças. Era véspera de Natal, e a neve bloqueava as passagens entre as montanhas que cercavam o vale. Mas os valdenses perceberam que uma tropa armada estava a caminho deles. Às pressas, os pais tomaram as crianças, os jovens carregaram os idosos e doentes e fugiram para as montanhas.

Os soldados seguiram os passos deixados na neve e os alcançaram, matando os mais fracos. Ao escurecer, os soldados voltaram à cidade, passando a noite nas casas vazias. Enquanto isso, os fiéis continuaram a caminhar na nevasca pelo vale de San Martino, onde acamparam no cume. Posteriormente, o lugar foi chamado de Albergue, ou refúgio, em memória do evento.

Famintos e cansados, cercados de neve, os sofrimentos eram inexprimíveis. Quando amanheceu, o espetáculo era comovente. Alguns haviam perdido mãos e pés congelados, outros jaziam na neve sem vida. Mais de 50 crianças haviam morrido de frio; algumas, deitadas no gelo descalças, outras envoltas nos braços congelados das mães mortas.

Há cerca de 600 anos, no Vale das Pragelas, os pais de gerações seguintes continuam contando aos filhos a história ocorrida naquele trágico Natal.

Os valdenses conheciam a Palavra de Deus e foram fiéis a ela. Nessa época do ano, cheia de alegria, fartura e acessibilidade, como você tem demonstrado lealdade a essa verdade?