Como se estivesse surpreso, Cristo Se dirige a eles dizendo: “Então nem uma hora vocês puderam vigiar Comigo?” (Mt 26:40). Eles acordaram e olharam com tristeza para seu Senhor. “Vigiem e orem”, instruiu Jesus, “para que não caiam em tentação” (v. 41a). Então, o Sofredor divino dispensou os discípulos, dizendo: “o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (v. 42b). 

Cristo Se afastou uma segunda vez e orou com fervor: “Meu Pai, se não é possível que este cálice passe de Mim sem que Eu o beba, faça-se a Tua vontade” (v. 42). Novamente as trevas assolaram Sua alma com agonia praticamente insuportável, e de novo Ele sentiu o anseio por companheirismo, por algumas palavras que Lhe levassem alívio e dissipassem a força da escuridão que tanto O sobrecarregava. “E, voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os olhos deles estavam pesados” (v. 43). Eles viram a face de Jesus marcada com o suor sangrento da agonia e se encheram de tristeza, pois “Seu aspecto estava mui desfigurado, mais do que o de outro qualquer” (Is 52:14, ARA). 

Mais uma vez, Cristo Se distanciou e pediu que, se possível, aquele cálice fosse passado Dele. Sua alma estava cheia do medo esmagador da separação de Deus em consequência do pecado. Satanás Lhe dissera que, se Ele Se tornasse o substituto e Penhor por um mundo pecador, jamais voltaria a ser um com Deus, mas permaneceria sob seu controle. 

Por três vezes subiu a Deus a prece: “Meu Pai, se é possível, que passe de Mim este cálice!”, sempre sucedida pelas palavras: “Contudo, não seja como Eu quero, e sim como Tu queres” (v. 39). O cálice seria passado adiante do Sofredor? O sacrifício de Cristo, ordenado antes da fundação do mundo e simbolizado em cada sacrifício oferecido desde a transgressão de Adão, não seria feito? […] Aquilo que os anjos tanto ansiavam por presenciar para entender, o grande tema das profecias, o fundamento dos tipos e das sombras acabaria fracassando, permitindo que Satanás e suas hostes apostatadas da confederação do mal emergissem triunfantes? 

Oh, quanto Cristo já havia sofrido como Filho do Homem a fim de redimir e salvar a humanidade! (The Signs of the Times, 3 de junho de 1897). 

PARA REFLETIR: Em todo momento crucial no qual o destino da humanidade foi pesado na balança, Cristo tomou a decisão correta. Como você pode permanecer fiel em meio às provações?