“Lily! Lily, por favor, acorde!” Eu ouvia minha mãe dizendo. Embora eu conseguisse ouvi-la, era incapaz de responder. Acredito que eu estava em estado de choque. Minha mãe notou minha incapacidade de responder e deu um leve tapa em meu rosto. Isso me permitiu acordar, mas meu corpo estava completamente dormente.
Desde o dia em que nasci fui, literalmente, uma criança maltratada. Eu não era amada nem aceita pelo meu pai. Muitas coisas horríveis aconteceram ao longo dos anos, e agora eu tinha treze anos. A essa altura, meu pai havia se tornado um alcoólatra e a violência se intensificou. Sempre que saía de casa, ele dizia: “Estou saindo, mas quando eu voltar, o sangue vai correr por esta casa! Eu vou matar todos vocês e então eu vou me matar.”
Naquele dia, antes de sair de casa, ele repetiu sua ameaça habitual. Ele voltou às três da manhã. Eu estava acordada. Senti um calafrio percorrendo minha espinha. Minha garganta estava seca e meu corpo estava tenso. Como muitas vezes antes, comecei a orar: Por favor, Deus, não permita que ele abra a porta. Em seu estado excessivamente embriagado, meu pai demorava muito para abrir a porta com as chaves da casa. Depois de cerca de meia hora, ele conseguia entrar em casa.
Naquela noite, assim que ele entrou, foi até a cozinha, pegou uma faca e correu para perto de minha mãe, gritando palavrões e dizendo a ela que ia matá-la e depois aos quatro filhos. Sendo a filha mais velha, ajoelhei-me e comecei a orar. Orei a Deus intensamente. Embora jovem, pude sentir as forças do mal nesse conflito.
Querido Senhor, por favor, ouça minha oração! Por favor, não deixe papai matar a mamãe ou a meus irmãos – por favor! Continuei orando até as primeiras horas da manhã, o que pareceu ser um período interminável. A luta entre o bem e o mal continuou. Papai não se cansava, e eu podia realmente ouvir o mal em sua voz, com certeza era um demônio falando.
Não devemos viver um dia sem oração. A Palavra de Deus é nosso pão de cada dia, e a oração é nossa dose diária de vitaminas. Precisamos dos dois para sobreviver à guerra entre o bem e o mal que ocorre constantemente ao redor e em nossa vida.
Por que não clamar a Deus agora?
{ Lily Morales-Narváez }