O trabalho de Paulo em Éfeso estava concluído. Seu ministério ali tinha sido um período de incessante esforço, de muitas provas e profunda angústia. Havia ensinado o povo em público e de casa em casa, instruindo-os e advertindo-os com muitas lágrimas. Enfrentara contínua oposição da parte dos judeus, que não perdiam oportunidade de acirrar contra ele os sentimentos populares.
Enquanto batalhava contra a oposição, promovendo com incansável zelo a obra do evangelho e cuidando dos interesses de uma igreja ainda jovem na fé, Paulo levava sobre si o pesado fardo de todas as igrejas.
Notícias de apostasia em alguma das igrejas estabelecidas por ele causaram-lhe profunda tristeza. Temeu que seus esforços em benefício deles tivessem sido em vão. Ele havia passado muitas noites de insônia orando e meditando intensamente, depois de saber que estavam sendo tomadas medidas para contrariar sua obra. Quando tinha oportunidade e quando as condições exigiam, escrevia às igrejas repreendendo, aconselhando, advertindo e encorajando. Nessas cartas, o apóstolo não se deteve sobre suas próprias lutas, embora houvesse vislumbres ocasionais de seus labores e sofrimentos na causa de Cristo. Açoites e prisões, frio, fome e sede, perigos por terra e por mar, nas cidades e no deserto, da parte de seus conterrâneos, dos pagãos e dos falsos irmãos; tudo isso ele sofreu por causa do evangelho. Foi caluniado, injuriado e feito a escória da Terra. Ficou perplexo, foi perseguido, pressionado de todos os lados e exposto a perigos o tempo todo, sempre entregue à morte por amor de Jesus (1Co 4:12, 13; 15:30; 2Co 4:8, 9, 11).
Em meio a constantes tempestades de oposição, ao clamor de inimigos e à deserção de amigos, o destemido apóstolo quase perdia o ânimo. Mas, lançando um olhar retrospectivo ao Calvário, prosseguia com novo ardor, disseminando o conhecimento Daquele que foi crucificado. Ele estava palmilhando a trilha ensanguentada pela qual Cristo havia passado antes dele. Procurava não abandonar a luta até que pudesse depor a armadura aos pés de seu Redentor (Atos dos Apóstolos, p. 189 [296, 297]).
PARA REFLETIR: Como você pode construir um legado de fidelidade em meio às provações? Quem passa a ter fé ao observar como você lida com tempos de sofrimento?