Quinta-feira
27 de março
O ROTEIRO DO DIABO
Foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite diante do nosso Deus. Apocalipse 12:10

Certa vez, li sobre o novo protagonismo dos vilões da Disney. Segundo o texto, os produtores estariam explorando de uma forma diferente o fascínio do público pelos vilões. Em vez de apenas recontar uma história conhecida, a ideia era optar pela biografia do próprio vilão, narrando seus traumas, sua infância e suas experiências. Isso os tornaria mais “humanos” e ajudaria a entender por que se tornaram bandidos em vez de mocinhos.

Quando li a matéria, cogitei se por trás disso não estaria uma tentativa inconsciente de justificar atos vis, transformando em vítimas aqueles que os praticam. Seria a sociedade que deveria pedir perdão pelos malfeitores que possui? Seria Deus quem deveria Se explicar pela existência do diabo?

Essa tendência não é inédita. Em 1989, foi lançada “A Verdadeira História dos Três Porquinhos”, que pretendia ser uma paródia da conhecida fábula, contada sob a perspectiva do lobo injustamente chamado de “Lobo Mau”.

Coincidência ou não, essa tendência ecoa antigos mitos pagãos que também se assemelham à história do conflito entre Cristo e Satanás. A diferença é que nos mitos não é tão fácil distinguir os bons dos maus. O vilão, à semelhança dos novos roteiros da Disney, é alguém com traumas ou simplesmente aquele que luta pelas mesmas coisas que o herói, só que de um modo diferente. Nem precisa ser maligno, basta ser rejeitado por seu pai. Ele pode até ser um vilão, mas com uma trajetória justificável.

Em diferentes ocasiões, seja no Éden, no caso de Jó ou no deserto, o diabo apresentou sua versão da história. Nela, ele não apenas se vitimiza, como tenta desconstruir a autoestima dos outros. Ele quis convencer Eva de ter sido enganada por Deus, induziu Jó a se sentir rejeitado e tentou semear dúvidas em Cristo sobre Sua divindade. “É certo que não morrerão”, “Amaldiçoa a Deus e morre”, “Se Tu és o Filho de Deus” são argumentos proferidos por ele.

Satanás ainda procura, por todos os meios, contar a sua versão, dizendo que você é um caso perdido, que Deus não o ama ou que já é tarde demais. Por mais convincente que seja o enredo, não permita que ele lance dúvidas sobre Deus. Não caia na versão do maligno.