Quando eu, Valdecir, era pequeno, deixar o copo transbordar não era algo bom. “Que é isso, menino? Você não tem controle? Por que coloca mais leite do que a capacidade do copo?” Porém, o que o salmista quer dizer com “o meu cálice transborda” tem um significado bem diferente. É sinal de boas notícias!

Após a ovelha ser dirigida para o aprisco, íntegra e sem ferimentos, estava cansada, sentindo o peso das longas caminhadas pelas montanhas e colinas. Então ela se deitava um pouco, enquanto o pastor providenciava água fresca. Ela servia-se à vontade e afundava seu focinho naquele “cálice” que transbordava, simbolizando fartura e bem-estar.

De modo semelhante, nosso longo trajeto nos deixa cansados, o desânimo toma conta de nós e muitas vezes isso parece abalar nossas crenças. No entanto, é bom permanecermos na fé para beber a água da vida que o Bom Pastor oferece. Ele diz: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (Jo 10:10). “Quem tiver sede, venha; e quem quiser, beba de graça da água da vida” (Ap 22:17).

O salmo continua com o que pode ser interpretado como uma explicação sobre o cálice que transborda: “Sei que a bondade e a fidelidade me acompanharão todos os dias da minha vida” (v. 6). Há dias em que viver é duro, o sacrifício é pesado, o esforço é demais, e a luta e o cansaço nos seguem (e provavelmente nos seguirão sempre). Isso, porém, é um retrato da vida, e não tem nada a ver com cristianismo. Apesar das dificuldades, o cristão se alegra em saber que a misericórdia e a bondade do Pastor o seguirão todos os dias de sua vida.

“E habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre” (v. 6, ARA). Deus nos dá felicidade. Essa é Sua promessa. Todas as palavras do Salmo 23 denotam segurança e certeza. Mas é necessário que a pessoa diga: “O Senhor é meu pastor.” Será que Ele é o seu pastor? Para que isso seja real, não basta crer Nele. É preciso deixá-Lo guiar sua vida. Esse é o segredo da felicidade.