Anos atrás, fui abordado na porta da igreja por uma mãe que estava desesperada em relação à sua filha adolescente. Ela me disse que a garota só queria usar roupas de mangas compridas, até mesmo no calor. Perguntei, então, qual era o motivo, e ela respondeu: “Minha filha passa muitas horas do dia cortando os braços com um estilete, dizendo que sente angústia e que perdeu o sentido da vida.” Após orar com aquela mãe, sugeri que procurasse um profissional terapeuta com urgência.
A condição dessa adolescente, apesar de extrema, é semelhante à realidade de milhões de pessoas que enxergam a vida como uma existência vazia, monótona e sem propósito. Essa visão niilista tem se mostrado nas várias dimensões do relacionamento humano. Há uma constante desvalorização do ser, das pessoas e da natureza. Afinal, se a minha vida não vale a pena, a vida do outro vale menos ainda.
E se a vida não faz mais sentido, qual é a conclusão mais imediata? É o hedonismo, resumido na frase: “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos” (1Co 15:32). Em outras palavras: “Aproveitemos a vida e desfrutemos todo tipo de prazer, antes que a existência se acabe.” Será que esse é o caminho para um jovem cristão – buscar os prazeres como uma forma de preencher as carências da alma? Certamente não!
Precisamos entender que a vida é mais do que comida, bebida, prazeres ou divertimento. O ser humano não é a medida de todas as coisas, e o ventre não é o nosso deus (Fp 3:19). Todos nós temos um propósito nobre de existência, que é glorificar a Deus e fazer o bem às outras pessoas. Se eu pudesse resumir esse propósito em apenas uma palavra, seria “servir”.
Em seu extraordinário livro intitulado Em Busca de Sentido, o psiquiatra austríaco Viktor Frankl descreveu os horrores que passou no campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial. Ele observou que os prisioneiros que conseguiam sobreviver a tantas atrocidades eram justamente aqueles que encontravam sentido na vida ao ajudar alguém mais necessitado. Muitos deles deixavam o seu único pedaço de pão para os mais famintos e doentes.
E você, tem encontrado sentido na vida ao ajudar as outras pessoas?