Ninguém gosta de ser julgado pela aparência. Na vida em sociedade, porém, isso é quase inevitável. Daí muitos decidem usar uma linguagem simbólica para se autoafirmar: um slogan, uma arte, um corte de cabelo, uma corrente no pescoço, uma tatuagem, um boné ou um piercing. Jessé, de 15 anos, é o mais velho dentre os sete irmãos. Devido à influência de certos amigos, ele começou a usar piercings. Quando chegou ao sexto piercing – todos no rosto –, os pais e as tias dele o pressionaram para que os tirasse. Ele não deu ouvidos. Queria tomar as próprias decisões. Certo dia, um pastor que morava no bairro e o conhecia lhe fez uma proposta. Ele aceitou. “Dez reais por piercing”; esse foi o acordo. Ele então “vendeu” cinco, mas ficou com um, do qual não se desfez.
O mesmo ocorre com muitos de nós. Temos dificuldade para decidir o que é mais importante. Jessé tinha, de um lado, uma atração pessoal pelos piercings, e seus amigos da mesma idade também. Por outro lado, sua família e as pessoas da igreja consideravam aquilo inadequado. Às vezes, por pura comodidade, decidimos ficar no meio-termo, e por isso mantemos o “sexto piercing”. No fundo, Jessé não estava preocupado em ser coerente, mas apenas em ter mais sossego dentro de casa. E conseguiu! A pressão exercida pela família diminuiu, embora ali ninguém tenha ficado completamente satisfeito.
É verdade que a aparência não diz tudo, mas diz muito; e se o que ela diz não representa a essência do que você é, então mude. Mude não para agradar os desconhecidos que pouco se importam com você e com quem você tampouco se importa. Mude para fazer feliz a quem o ama, especialmente se a mudança fizer de você alguém melhor. Por que não? Amar é isso (1Co 13:4-7). Se o amor não envolver renúncia, respeito e compromisso, ainda assim pode ser chamado de amor?
Quando você se perguntar quem são as pessoas que mais amam você nesta vida, não se esqueça de que Deus está no topo da lista. Ele tem algo a lhe dizer sobre o sexto piercing. Será que você estaria disposto a escutá-Lo?