Quinta-feira
12 de março
O verdadeiro refúgio
Quem dera que eu tivesse asas como a pomba; voaria até encontrar repouso. Salmo 55:6, NVI

Em um internato, alguns alunos travessos desobedeceram ao regulamento e foram nadar em um rio próximo do colégio. Entre eles, estava um garoto que, pouco tempo antes, havia firmado seu compromisso com Cristo por meio do batismo. Era o único de sua família que tinha passado por essa experiência. Pouco tempo depois, a trágica notícia se espalhou pela escola: o garoto havia sido soterrado por um barranco que se desprendera. Estava morto. O dedicado e competente diretor da instituição ficou perplexo! Sentado entre o matagal que margeava o rio, ele parecia perdido no emaranhado de perguntas para as quais não tinha respostas. Quem sabe, desejou não estar ali, fugir para muito longe! Mas a realidade tinha o controle, impunha seu ritmo, e precisava ser enfrentada. É sempre assim.

Alguma vez você já viveu situação semelhante, embora por uma razão diferente? Quis se distanciar de tudo e de todos, sair de alguma grande adversidade, não ter que enfrentar um problema doloroso? Muitas pessoas vivem sobrecarregadas com dificuldades impostas por terceiros ou geradas por elas mesmas. Incapazes de gerenciá-las e, muitas vezes, temerosas pelos resultados, inutilmente veem na fuga a melhor saída.

Davi passou pela mesma experiência. Vivendo uma situação difícil, ameaçado por inimigos (v. 3-9), temendo a desordem social (v. 9-11) e traído por um amigo (v. 12, 13, 20, 21), orou pedindo a destruição dos inimigos e o próprio livramento. Entretanto, em meio à turbulência, desejou: “Quem dera que eu tivesse asas como a pomba; voaria até encontrar repouso.” Apesar da beleza poética desse verso, devemos nos lembrar de que a libertação das dificuldades que nos afligem pode não depender de geografia. É certo que elas nos acompanharão.

Contudo, há um lugar para onde podemos e devemos fugir, a fim de encontrar alívio para nossas dores ou em meio a elas. As Escrituras muitas vezes relacionam o descanso a uma atitude, ou experiência, resultante do relacionamento com Deus. Esse descanso é paz, serenidade, confiança e esperança vivenciada no centro da batalha. Então o refúgio onde devemos buscar esse repouso não é outro senão o próprio Deus. É no descanso da comunhão com Ele que somos fortalecidos para as lutas da vida. Davi entendeu isso e nos deixou o conselho: “Confia os teus cuidados ao Senhor, e Ele te susterá” (v. 22). Estaremos seguros se fizermos o mesmo.