Sábado
08 de abril
O vigilante cuidado de Deus
O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem e os livra. Salmo 34:7, ARA

Muitos anos atrás, quando meu esposo trabalhava como pastor em um distrito rural no oeste da Jamaica, fomos convidados à casa de um ancião para um almoço depois do culto. Enquanto comíamos, acomodei, de forma protetora, duas crianças em meu colo: minha filhinha, cujos dentes começavam a nascer, e meu filho, ainda na barriga. A conversa ao redor da mesa estava interessante quando, de repente, alguém me perguntou: “Por que sua menininha está babando tanto?” No mesmo instante, virei a cabeça dela na minha direção, para olhar atentamente. Horrorizada, vi sua boca cheia de pequenas espinhas de peixe – tantas, na verdade, que ela não conseguia fechar a boca (isso explicava a produção exagerada de suas glândulas salivares). Fiquei gelada. Meu esposo a tomou rapidamente do meu colo e removeu as espinhas de sua boca. Eram as que eu havia posto no prato enquanto comia o peixe oferecido por nosso anfitrião. Pela graça de Deus, minha filha não sofreu dano, já que não engolira nada, nem espetara a boca.

Durante anos, não consegui me perdoar por esse incidente. Como podia eu, uma mãe superprotetora, ter permitido que isso acontecesse? E ainda no meu colo? Por longo tempo, continuei zangada comigo mesma.

Analisando esse incidente hoje, encontro valiosas lições de vida.

Primeira, nem mesmo meu cuidado protetor como mãe foi suficiente para impedir que minha filha se encontrasse com o perigo. Aprendi que todos – adultos e crianças – são, em última análise, protegidos pelo Senhor e devem permitir que Ele faça o Seu trabalho. Segunda lição: percebo que preciso ser mais compreensiva e compassiva com outras pessoas, como as babás, que também podem cometer erros.

Dou graças a Deus por ter usado esse descuido potencialmente trágico de minha parte para me ensinar lições importantes. Na verdade, como promete em Romanos 8:28, Ele usa “todas as coisas” para cumprir Seus propósitos em nosso coração e nossa vida.

Meus filhos, agora, são adultos e vivem por conta própria, e Deus continua Seu vigilante e amoroso cuidado para com eles. O Senhor é perfeitamente capaz de proteger e de enviar Seus anjos para livrá-los, como fez no dia em que a família do nosso anfitrião notou o problema com nossa filhinha. Meu dever diário é consagrar a vida a Ele em primeiro lugar, cada manhã, e consagrar a vida dos meus filhos, pois nosso poderoso Deus é capaz de guardar com segurança aquilo que confiamos ao Seu cuidado.

Jacqueline Hope HoShing-Clarke