Nossos primeiros pais, mesmo tendo sido criados inocentes e santos, não foram colocados fora da possibilidade de praticar o mal. Deus os fez como entidades morais livres, capazes de apreciar a sabedoria e benignidade do caráter divino, bem como a justiça de Suas ordens, e com ampla liberdade de prestar obediência ou recusá-la. […] No início da existência do ser humano, um empecilho fora posto ao desejo de satisfação própria, paixão fatal que está na base da queda de Satanás. A árvore do conhecimento do bem e do mal, que estava próxima da árvore da vida, no meio do jardim, devia ser uma prova da obediência, da fé e do amor de nossos primeiros pais. Ao mesmo tempo em que era permitido que comessem livremente de todas as outras árvores, era-lhes proibido provar desta, sob pena de morte. Deviam também estar expostos às tentações de Satanás; mas, se resistissem à prova, seriam finalmente colocados fora de seu poder para desfrutar o favor perpétuo de Deus.
Deus pôs o ser humano sob a lei como condição indispensável de sua existência. Ele era um súdito do governo divino, e não pode haver governo sem lei. Deus poderia ter criado o ser humano sem a capacidade de transgredir Sua lei; poderia ter privado a mão de Adão de tocar no fruto proibido; neste caso, porém, o ser humano teria sido não uma entidade moral, livre, mas um simples robô. Sem liberdade de opção, sua obediência não teria sido voluntária, mas forçada. Não haveria desenvolvimento de caráter. Essa maneira de agir seria contrária ao plano de Deus ao tratar Ele com os habitantes de outros mundos. Ela seria indigna do homem e da mulher como seres inteligentes e teria apoiado a acusação, feita por Satanás, de governo arbitrário por parte de Deus.
Deus fez o ser humano com retidão; deu a ele nobres traços de caráter, sem nenhuma tendência para o mal. Dotou-o de altas capacidades intelectuais, e apresentou-lhe os mais fortes incentivos possíveis para que fosse fiel a seu dever. A obediência, perfeita e perpétua, era a condição para a felicidade eterna. Sob essa condição, ele teria acesso à árvore da vida (Patriarcas e Profetas, p. 48, 49).