Nas antigas religiões, os adoradores ofereciam aos seus deuses manjares e rituais na intenção de receber proteção e prosperidade. Além disso, ofertava-se às divindades para aplacar a sua ira ou simplesmente satisfazer os seus caprichos. Esses, porém, não foram os motivos pelos quais Deus instituiu o sistema de ofertas na Bíblia. A Escritura diz: “Cada um oferecerá na proporção em que possa dar, segundo a bênção que o Senhor, seu Deus, lhe houver concedido” (Dt 16:17, NAA).
Após o pecado de Adão e Eva, Deus convidou os Seus filhos a oferecer sacrifícios de animais como oferta ao Senhor, prefigurando a maior Oferta que Deus faria na pessoa de Jesus. Todos os sacrifícios apontavam para Cristo, o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29), Aquele que fez da Sua vida uma oferta pela culpa (Is 53:10). Quando Caim ofereceu do “fruto da terra”, não demonstrou fé no Messias, ao passo que Abel o fez (Gn 4:3-7). Isso significa que nenhuma oferta produzida pelo ser humano é capaz resgatá-lo do pecado nem produzir méritos diante de Deus. Apenas a oferta divina, na pessoa de Cristo, é capaz de fazer isso.
Hoje não precisamos mais matar cordeiros, pois Cristo já veio e morreu em nosso lugar. Tudo que damos a Ele, seja em forma de bens, talentos ou o próprio corpo (Rm 12:1, 2), é uma forma de gratidão pela Sua preciosa oferta. O apóstolo Paulo escreveu: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria” (2Co 9:7).
Deus não está interessado na quantidade, mas no espírito de alegria e entrega. É o que ensina a história da viúva pobre (Mc 12:41-44). Enquanto os ricos ofertavam aquilo que lhes sobrava puramente por formalismo religioso, a viúva pobre deu tudo que tinha: duas moedas. Para Jesus, ela doou “mais do que todos os outros”, pois, de acordo com a “auditoria divina”, o nível da entrega é mais importante do que o da quantia. A dádiva da viúva veio das profundezas do seu ser e estava firmada na certeza de que Deus proveria a todas as suas necessidades. Na verdade, ela não entregou tudo que tinha; ela entregou tudo que era. Isso é sacrifício. Isso é oferta radical!