Uma experiência, como esposa de pastor, se destaca em minha mente. Certo sábado, meu filho estava em meu colo e minha filha de apenas dois anos estava encostada em mim enquanto nos sentávamos em uma das maiores igrejas que meu marido pastoreava. Agora, como esposa de pastor, sentia que não deveria mostrar nenhuma tristeza aos outros. Então, ao longo dos anos, mantive reprimida qualquer dor que pudesse estar sentindo. Sentia ser meu dever colocar um sorriso no rosto e mantê-lo lá. Bem, naquela manhã de sábado, fui traída por meu semblante, tanto que uma irmã da igreja veio falar comigo.
“Irmã Clarke, se for para ficar com a cara desse jeito, é melhor você ficar em casa e não vir à igreja.” Dito isso, ela foi embora. Eu estava tão envergonhada. Queria poder evaporar como a água. No entanto, ocorreu-me pela primeira vez que eu não poderia fingir para sempre. O que estava em meu coração acabou sendo demonstrado em meu semblante e eu pensava estar sorrindo!
Anos depois, sou realmente grata a Deus por esse encontro duro e frio. Isso me ajudou a ser eu mesma, independentemente dos “padrões” dos outros para mim. Afinal, sou uma filha neste Universo e tenho o direito de estar aqui. Eu deveria ser livre para expressar o que realmente sinto. Graças a Deus que hoje não sou mais hipócrita. Não preciso fingir. Deus quer que sejamos honestas com nossas emoções. Quando Ana, no relato bíblico, ficou sobrecarregada, ela levou sua tristeza para a igreja e manifestou suas emoções. Seu coração triste refletiu tanto em seu rosto que o sacerdote Eli até a repreendeu. Mas Deus entendeu e supriu as necessidades dela. Não tenho mais medo de levar meus fardos a Deus. E se Deus está na igreja, então eu os levarei até lá – para Ele – não importa quem esteja observando!
Essa experiência difícil também me ajudou em meu ministério, porque estou agora mais sensível às necessidades do meu próximo. Eu não tiro mais conclusões olhando apenas para a aparência. Agora olho além de seus rostos. Tomo cuidado porque um rosto sorridente não significa necessariamente que aquela pessoa está feliz. Se alguém parece infeliz, eu tento, pela graça de Deus, estender a mão do meu jeito para restaurar sua alegria. Se for algo fora do meu alcance, entrego a pessoa aos cuidados de Jesus simplesmente fazendo uma oração. Sim, ainda olho para a aparência, mas agora também olho além dela.
{ Jacqueline Hope HoShing-Clarke }