Recebi alta do hospital depois de 11 dias internada. Ir para casa, porém, não significava que eu estava completamente curada, pois minha dor abdominal ainda estava presente. Eu estava sem apetite e, pior de tudo, não conseguia dormir, nem mesmo por alguns minutos. Minha rotina de sono foi interrompida desde que comecei a sentir dor. Ah, como eu ansiava por um sono tranquilo! Meu cirurgião prescreveu um remédio para dormir, mas ele não me proporcionava o tipo de sono que eu queria.

Certa noite, cansada de ficar rolando na cama, senti o desejo de conversar com o Senhor. Fui até a sala, onde chorei amargamente por causa da minha provação. Em meio à amargura da minha alma, perguntei: “Senhor, por que não me livra dessa dor que está me atormentando? Por que não me concede o sono tranquilo quando o Senhor tem o poder para fazê-lo? Será que cometi um pecado tão grande assim? Outras pessoas pecaram mais do que eu, mas parece que o Senhor as ignora. Já não pedi por Seu perdão? Sinto que o Senhor não me ama mais. Eu preferia ter morrido na mesa de cirurgia. Por que eu, Senhor?”

Reclamando como uma criança, discuti com Deus e questionei Sua autoridade e o jeito que Ele estava me tratando. Mas Deus é tão paciente e amável. Ele compreendeu o que eu estava passando. Deus não me respondeu com raiva, do jeito que eu havia falado com Ele, e fiquei comovida enquanto sentia a presença Dele. “Senhor, ajuda-me a mudar minha oração”, implorei. Houve uma longa pausa. Retomando a conversa novamente, pedi perdão a Deus pelo que eu havia feito e implorei por Sua misericórdia e graça.

E, no silêncio da meia-noite, cantei suavemente: “Ó, Senhor, não esconda Seu rosto de mim! Segure a minha mão por todo o caminho, toda hora, todo dia, daqui até o desconhecido. Pegue a minha mão, deixe-me levantar, onde ninguém fica em pé sozinho.”

Aquela foi a minha noite mais longa com Deus. Não consegui dormir aquela noite nem nos dias que se seguiram, mas encontrei paz mental e a certeza de que Deus me ama intensamente. Isso e a cura proporcionada por Ele contribuíram para uma recuperação completa.

Fe C. Magpusao