Segunda-feira
24 de janeiro
Opostos
Qual dos dois fez a vontade do pai? Mateus 21:31

Perguntaram a uma criança de seis anos: “Como você sabe se um desenho animado é bom ou ruim?” Com naturalidade, ela respondeu: “Se eu não gostar, então é ruim!” Interessante! A diferença entre o que é bom e o que “eu gosto” nem sempre é fácil de perceber, pois distinguir o certo daquilo que dá prazer é uma tarefa para “gente grande”.

Como a criança da história, alguns de nós somos meio “epicureus”, ou seja, agimos de modo egocêntrico, como se os prazeres fossem bons em si mesmos ou representassem o objetivo último da vida. Gostamos de aconchego, conforto, comida boa, descontração e momentos agradáveis, incluindo os proporcionados pela sofisticação, pelo luxo e pelos privilégios econômicos. Por isso, certos princípios bíblicos nos parecem estritos demais e difíceis de seguir (Lc 12:13-18).

No outro extremo, estão os “cristãos estoicos”, isto é, os que acham que a essência da vida consiste em negar os prazeres do corpo em benefício da saúde do espírito. Entendem que a melhor das conquistas é a capacidade de suportar a dor e adiar o prazer em nome de um bem maior.

Na parábola dos dois filhos (Mt 21:28-32), Jesus dá a entender que o conflito ideológico entre os dois grupos nela representados é exagerado, irrelevante, artificial e equivocado. Em ambos os casos, há promessas quebradas e atitudes mesquinhas, típicas da natureza humana caída. Prometemos, mas não cumprimos (como o segundo filho da parábola) ou simplesmente evitamos dizer certas coisas a fim de não nos comprometermos (como o primeiro). Note que Jesus não fala de um terceiro filho, irrepreensível, perfeito, que promete e cumpre o que diz, que é o “modelo” ideal, o orgulho dos pais. Essa pessoa simplesmente não existe.

Jesus é o único em quem o Pai tem 100% de contentamento. Nosso DNA espiritual é defeituoso desde que Adão e Eva pecaram. A solução apresentada na parábola, para judeus e gentios, é o arrependimento diário. Tanto os conservadores como os liberais precisam entender o óbvio: não são os gostos e as preferências que nos definem (ou redimem), mas a disposição para confessar a Deus nossas limitações e ouvir Sua voz. Você gostaria de fazer isso agora? Lembre-se: a humildade de espírito é a virtude que mais atrai os aplausos do Céu.