Segunda-feira
03 de julho
OS CRISTÃOS E OS PETS
Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Mateus 22:37

Os brasileiros amam os pets. Estima-se que o país tenha a segunda maior população de cães, gatos e aves ornamentais do mundo. São 141 milhões de animais de estimação. Aqui já há mais cães e gatos do que crianças nos lares. 

O apego a animais domésticos tem, inclusive, alavancado a economia. Atualmente o Brasil é o segundo maior mercado de produtos pet no mundo, com 6,4% de participação global. Esse mercado representa 0,36% do PIB brasileiro, à frente dos setores de utilidades domésticas e automação industrial. Tem crescido cada vez mais a comercialização de acessórios, remédios e rações, bem como a procura por hotéis e até spas de luxo para os bichinhos. 

No início da modernidade, a ideia de família era exclusivamente humana. Animais raramente entravam em casa e muito menos dormiam na cama com seus donos. A sociedade urbana contemporânea, porém, introduziu a noção de “famílias multiespécies”. Nessa nova configuração, os animais recebem nome próprio, roupas, brinquedos, têm perfil nas redes sociais, passeiam em shoppings, vão ao psicólogo e recebem banho e tosa frequentes. 

De acordo com uma pesquisa recente, 60% dos brasileiros que têm animais de estimação os consideram como filhos. Vários teóricos têm advertido que a humanização dos animais pode conduzir a uma animalização dos humanos. Konrad Lorenz, por exemplo, era contra a ideia de permitir que o amor pelos animais substituísse o amor por pessoas e chamava tal preferência de “eticamente perigosa”. 

Segundo o apóstolo Paulo, o amor verdadeiro “não se conduz de forma inconveniente” (1Co 13:5, NAA). Será que o amor aos pets tem superado o amor que devia ser destinado a Deus e ao próximo (Mt 22:36-40)? George Knight afirma que “pecado é amor direcionado para a coisa errada. É amar mais a criatura do que o Criador” (Pecado e Salvação, p. 40). Não estariam muitos cristãos falhando ao manter um relacionamento indevido com seus animais, devotando-lhes atenção exagerada? 

Não é pecado amar os pets. É pecado amá-los mais do que a Deus e ao próximo. Cuidado para não inverter as prioridades. Invista seu tempo, dinheiro e amor nas proporções corretas.