Em 1923, uma equipe de exploradores e arqueólogos encontraram no Vale dos Reis, no Egito, um tesouro histórico. Era o túmulo de Tutankamon, um faraó do Egito. Ao lado da câmara onde estava a múmia havia uma sala especial cheia de armas, estátuas e roupas. Em outra sala vizinha acharam muitas joias, vasos e outros objetos de valor.
Seis semanas após o achado, o inglês que financiou a expedição morreu e seis meses depois, 22 dos exploradores já estavam mortos. Espalhou-se então a história da maldição do faraó: quem viola o túmulo dos faraós, morre. Verdade ou lenda? Os cientistas têm uma explicação para isso: o túmulo de Tutankamon ficou fechado por três mil anos; o local abafado e a mistura de restos de pessoas mortas com tecidos e até alimentos apodrecidos, formou o ambiente próprio para o desenvolvimento de diversos tipos de fungos.
Os fungos são vegetais sem clorofila, invisíveis aos nossos olhos ou não, que conseguem viver no deserto escaldante (60° C) ou debaixo do gelo (-10° C). Também se desenvolvem em piscinas, no pão ou no suco de frutas. Alguns ajudam na produção de remédios e outros servem de alimento. É o caso das trufas e cogumelos. O saquê, uma bebida japonesa, é feita com arroz fermentado. O shoyu, o misso e o tofu também são feitos com a ajuda dos fungos.
Mas nem todos os fungos são bonzinhos. Os saprófitos da madeira destroem os dormentes das linhas de trem e provocam desastres. Já o cladosporium é acusado de corroer até o tanque de combustível dos aviões. Os arqueólogos da “maldição do Faraó” respiraram ar contaminado com aspergillus, um fungo microscópico que penetrou o pulmão dos pesquisadores. Debilitados pelas escavações, eles não resistiram e morreram.
A “maldição do Faraó” era um mito. Lobisomens, vampiros, duendes e bruxas que voam galopando vassouras também fazem parte do imaginário de muitos povos. Essas lendas surgem e se espalham a partir, muitas vezes, da má interpretação de um fato ou da imaginação criativa de alguém. Ninguém fica doente e morre porque “tinha que ser assim”. A doença tem uma causa e a saúde também. A tristeza tem um motivo, a alegria também. Nada neste mundo acontece por acaso, sem uma razão definida. “Não existe essa história de súbito ataque cardíaco. Ele requer anos de preparação” (Mount Sinai Medical Center).