Um aluno com sérias limitações cognitivas foi matriculado na escola em que eu trabalhava. A turma na qual ele foi inserido era a mesma, havia muito tempo. Ele era o “novato estranho”, como alguns o chamaram. Percebi que ele estava excluído do convívio da sala.
Um dia combinei com o coordenador de disciplina para retirá-lo da minha aula por alguns momentos, pois eu queria conversar com a turma sem que o menino ouvisse ou percebesse que o assunto era ele. Assim aconteceu. Graças a Deus, os colegas mudaram de postura e, na formatura daquela turma, o “novato estranho” era amigo de todos e até foi homenageado.
Sempre existiram pessoas com necessidades especiais e que, por conta de alguma circunstância, precisam de apoio dos demais por terem determinadas limitações. Nos tempos bíblicos, em geral, as viúvas sofriam com a falta de proteção. Em algumas ocasiões, tinham parte da sua propriedade invadida por pessoas que não respeitavam seus direitos. Como não tinham quem as defendesse, essa classe de pessoas ficava exposta ao abuso.
Contudo, Deus respeita os direitos de todos e atua para que os mais fragilizados sejam defendidos na sociedade. Seguindo o exemplo Dele, nós também devemos ser defensores dos direitos dessas pessoas. Essa atitude começa na escola, quando não participamos de bullying contra qualquer colega ou quando tratamos bem os funcionários mais simples que, às vezes, passam despercebidos pela maioria.
Também agimos como Deus age quando tratamos com bondade o pedinte que está na calçada ou respeitamos a fila de atendimento no hospital. São pequenas ações que nos colocam na posição cristã de respeito aos direitos dos mais necessitados.
Atender às necessidades e respeitar os mais frágeis da sociedade era uma característica dos primeiros cristãos. Sobre a igreja apostólica, veja o que o evangelista escreveu: “Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um” (Atos 4:34, 35). Esse é o padrão de sociedade para os cristãos. Gente que cuida de gente e se importa com o próximo, sem discriminar quem, de alguma forma, tem necessidades especiais.
Do mesmo modo como Deus nos trata, devemos tratar os outros. Assim, contribuiremos para que a sociedade seja mais justa e glorificaremos o nome do Senhor.