Subir em árvores, fazer comida de mentirinha, pintar, brincar com bonecas, desenhar, participar de um clubinho, mexer com barro, andar de bicicleta: a lista continua. Essas atividades, e outras mais, proporcionavam a recreação que eu apreciava na infância e fizeram parte do processo do meu amadurecimento de maneiras saudáveis.
Recordar a infância traz várias lembranças engraçadas, que nos divertimos em contar num círculo de amigos e parentes. Lembro-me de um dia da infância em que minha irmã e eu estávamos brincando. Fazíamos comida de faz de conta em nossa casinha de madeira para nosso primo Maikon. Tentei forçá-lo a beber “chocolate quente”. Na realidade, era terra fina que havíamos tirado do lado da rua e misturado com água. Felizmente, Maikon conseguiu escapar desse apuro com muita agilidade!
Quando reflito sobre minha infância, lembro-me de que eu sempre conservava meu nível de curiosidade acima do normal, tentando descobrir o desconhecido. As pessoas pareciam ser uma caixa de tesouros a ser aberta, e cada compartimento da minha casa era um lugar cheio de objetos estranhos, prontos a serem revelados. Portanto, cada dia era único e cheio de descobertas para satisfazer minha curiosidade infantil.
Nós, adultos, admiramos as crianças por sua sinceridade e, acima de tudo, por não se limitarem a uma visão única de mundo. Elas estão abertas a novas explicações que ajudem a responder à infindável enxurrada de perguntas. Um grande problema para a maioria dos adultos é que a rotina acaba com o nosso desejo de descobrir coisas novas, cada dia. Nós nos contentamos com a localização atual. Tendo perdido o senso de curiosidade e encantamento, julgamos já ter alcançado o topo do monte Everest – da nossa perspectiva – quando, na verdade, nem mesmo atingimos os primeiros quinhentos metros da escalada.
Quando Jesus disse que os pequeninos não deviam ser afastados da Sua presença, leio nas entrelinhas e interpreto também que Sua vontade é que nunca percamos o desejo de aprender maneiras novas e melhores de viver. Ele quer que tenhamos uma compreensão mais profunda de Sua vontade para conosco. O anelo de Jesus é que, assim como a criança confia em seus pais, você e eu desfrutemos Sua proteção, Suas perspectivas e – sempre – o Seu amor.
Mayla Magaieski Graepp