Sábado
07 de abril
Ouve o meu clamor!
Ouve o meu clamor, ó Deus [...]. Desde os confins da terra eu clamo a Ti, com o coração abatido [...]. Para sempre anseio habitar na Tua tenda e refugiar-me no abrigo das Tuas asas. Salmo 61:1, 2, 4

Sentada no ônibus de turismo, em silêncio, eu observava o desfilar da paisagem italiana. De repente, meu esposo, Geoff, inclinou-se para a frente, pôs a mão sobre a testa e gritou: “Ai, que azia!” Alarmada, perguntei se ele estava bem. Ele não respondeu. Ainda curvado e sentindo dor intensa, bebeu água e engoliu comprimidos de carvão. Por fim, depois de alguns minutos, a dor cedeu. Ao endireitar-se e expressar seu desejo de continuar o passeio, notei seu rosto pálido e a camisa encharcada de suor. Preocupada, perguntei:  “Tem certeza de que está bem?” “Sim, estou bem”, disse ele, tentando me tranquilizar.

Tentei relaxar ao me acomodar no assento. Após cinco minutos, meu esposo se agarrou ao assento à sua frente, declarando entre gemidos que aquela azia retornara. Sem hesitar, um amigo, preocupado, aconselhou Geoff a ir a um hospital. Quando meu esposo, médico, concordou, entendi que aquilo era grave. De imediato, minha mente congelou, e tudo o que pude pronunciar foi: “Socorro, Senhor!” Quando o pânico aumentou, uma enfermeira sentada atrás de nós colocou as mãos em meus ombros e disse: “Margie, vamos orar.” Imediatamente, senti os amoráveis braços de Deus a me rodear, enquanto eu ouvia aquelas tranquilizadoras palavras pedindo a orientação e proteção de Deus.

Enquanto o motorista do ônibus ziguezagueava pelas ruas tentando encontrar o hospital mais próximo, o pastor Quiroz veio, envolveu Geoff com os braços e começou a orar fervorosamente. Quando chegamos ao hospital minutos depois, os médicos examinaram Geoff e concluíram que ele estava sofrendo um ataque cardíaco. Orei novamente. “Socorro, Senhor!” As seis horas seguintes foram um borrão, enquanto meu esposo, por fim, passava por uma necessária angiografia e recebia dois stents que abriram sua artéria anterior esquerda descendente. Nove dias depois, voltamos para casa.

Refletindo sobre aquele período, percebi mais plenamente que Deus cuida de cada um de nós em nível muito pessoal. Enquanto o coração do meu esposo enfraquecia, sentado naquele ônibus, nossa fé em Deus teve a oportunidade de crescer e ser fortalecida sob as asas do amor de Deus.

Querido Deus, ouve o meu clamor! Ajuda-me a confiar em Ti.

Margie Salcedo Rice