Terça-feira
25 de abril
Ouvir antes de fazer
Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes. Tiago 1:22

Existe algo dentro de nós, mulheres, que nos faz passar para a alta rotação e estabelecer uma estratégia operacional totalmente nova quando sabemos que vamos receber uma visita especial. Fazemos limpeza, lustramos os móveis e cozinhamos. Orgulhamo-nos de ser boas anfitriãs.

Marta, como graciosa anfitriã que era, cumprimentou calorosamente o muito aguardado Hóspede em seu lar em Betânia, e a seguir, rapidamente, partiu para a cozinha a fim de se assegurar de que a refeição estaria pronta. Contudo, ela ficou sobrecarregada no fazer. Não voltou à sala para ficar com sua irmã, Maria, que escutava as palavras de Cristo. Maria e Marta, sendo irmãs, eram parecidas, mas os leitores da Bíblia se lembram delas por razões contrastantes. Minhas anotações do estudo da Bíblia declaram que Marta “é lembrada por sua impaciência e preocupação excessiva com questões corriqueiras”. Maria é elogiada “por seu desejo e discernimento especial”. Uma considerável dicotomia, então, entre as duas irmãs. Assim, os leitores da Bíblia culpam Marta de ser espiritualmente falida.

Marta, porém, estava servindo. E que maior alegria pode ter uma filha de Deus do que servir o Mestre? Marta, verdadeiramente, possuía o dom da hospitalidade. O trabalho muito ativo, sozinho, não constitui hospitalidade. Atribui-se a Charles Spurgeon esta observação: “É mais fácil servir do que comungar.” Talvez seja por isso que nós, como Marta, ficamos tão ocupadas com os “muitos serviços” (Lc 10:40, ARA). No entanto, as visitas vêm para comungar conosco. Assim, a observação de Cristo de que “Maria escolheu a boa parte” (Lc 10:42) mostra que sentar-se primeiro aos Seus pés para ouvir – antes de servir – é o que consagra nosso ministério para Ele. Precisamos das virtudes gêmeas que tanto Maria quanto Marta possuíam: comunhão com Cristo e serviço para Ele. Esse equilíbrio – nessa ordem – é vital.

Maria escolheu ouvir Jesus naquele dia memorável em Betânia. E, sim, Jesus gentilmente repreendeu Marta por não fazer a mesma escolha inicial. Contudo, ela não deve ter perdido tempo em fazer essa “melhor” escolha, porque sua subsequente declaração de fé diante da tumba do irmão revela que ela obteve uma profunda compreensão de quem era Jesus (Jo 11:27). E Cristo deve ter aprovado tanto o seu “ouvir” quanto o seu “fazer”, pois o último quadro pintado com palavras que a Bíblia nos deixa de Marta – depois da ressurreição do seu irmão – se expressa da seguinte maneira afirmativa: “Ali [em Betânia] prepararam um jantar para Jesus. Marta servia” (Jo 12:2).

Judith P. Nembhard