Meu esposo, Abe, e eu ficamos muito felizes ao sermos convidados como padrinhos do casamento de nossa sobrinha. Segundo o costume filipino, ser padrinho é uma honra e uma responsabilidade. A noiva e o noivo nos escolheram para sermos seus defensores, conselheiros e guias ao longo daquela jornada da vida sem mapa, como marido e mulher e, posteriormente, como pais. Um padrinho sábio orienta os recém-casados a buscarem também o conselho dos pais.
Quando meus pais eram convidados para ser padrinhos, sacos de mantimentos – para serem cheios de arroz como presentes para os noivos, suas famílias, padrinhos e parentes – cobriam as paredes da cozinha e da sala de jantar. Quanto maior o casamento, mais sacos eu via cobrindo as paredes. Aos poucos, dia a dia e semana a semana, esses sacos seriam enchidos com arroz à medida que a colheita chegava dos arrozais.
Assim, para o casamento que aconteceria em Maryland, decidi incrementar nosso presente em dinheiro com arroz, não só para os recém-casados, mas também para os pais dos noivos. Sei que o arroz não estraga quando conservado seco, e comprei vários sacos com antecedência. Planejei o arroz como surpresa para todos aqueles que, potencialmente, receberiam presentes. Comprei os sacos de arroz e os carreguei na van, sem dizer nada para Abe a respeito deles. Ele poderia não entender a tradição de dar arroz como presente. Eu queria estar preparada, caso algo acontecesse comigo antes do dia da cerimônia.
Essa preparação para o casamento me fez pensar, de repente, nas dez virgens em Mateus 25:1 e 2: “Então, o reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco dentre elas eram néscias, e cinco, prudentes” (ARA). Pensei: Acho melhor contar a Abe o meu plano quanto aos sacos de arroz na van, para que ele não os distribua entre amigos ou os coloque na garagem, expostos à umidade ou água da chuva. Não quero me apresentar aos noivos sem um presente – assim como não quero ser encontrada sem azeite em minha lâmpada, à semelhança das cinco virgens néscias. Quero ser uma digna madrinha para o Noivo celestial.
Falemos a outras pessoas sobre Jesus, para que estejam prontas quando Ele nos chamar à festa das bodas.
Rose Eva Bana Constantino