A lembrança do reboque atrás do nosso carro balançando suavemente de um lado para o outro ainda está vívida em minha memória. Eu estava de joelhos no banco de trás, olhando pelo vidro traseiro, e me lembro de que tinha apenas um item naquele reboque: nosso piano. Eu tinha cinco anos.
Meu pai parou em um pequeno e estranho prédio de apenas um cômodo, que minha mãe chamou de “casa do guarda”. Um homem que vestia um uniforme sem graça com botões muito brilhantes saiu do cubículo, fez continência e entregou uma chave para meu pai. O homem se dirigiu rapidamente ao seu veículo, e os dois carros se separaram. Aquele era o último soldado representando o Exército dos Estados Unidos da América. Ele foi embora, e nós adentramos com nosso piano nos 379 acres que levavam à modesta Casa do General. A guerra havia terminado, a propriedade estava abandonada, e nós três fomos os primeiros civis a entrar no Acampamento McQuaide.
O belo cenário era uma fonte constante de alegria para uma criança de cinco anos. Além disso, o pequeno escritório do exército agora era uma casa de brinquedos no nosso quintal, com uma cortina na janela! A liderança fiel de Deus, a perseverança e a dedicação do meu pai à educação cristã, assim como o incentivo constante da minha mãe, fizeram com que a visão continuasse: aquele lugar poderia se tornar um internato, onde as boas-novas de um Salvador ressuscitado seriam a mensagem mostrada aos adolescentes. O sonho parecia, talvez, alcançável. As primeiras palavras que me vêm à mente quando penso que aquela escola tem sido uma sentinela por mais de 70 anos são: Deus responde às orações.
Deus honra a dedicação à Sua Palavra, assim como a dedicação ao Seu chamado e ao serviço aos outros. Devemos dar glória a Deus, pois Ele procura encontrar servos dispostos, formando uma parceria com eles – e até uma amizade –, a fim de cumprir a Sua vontade. Se tirarmos um jovem das suas atividades comuns e o ensinarmos a ter fé em Deus, ele poderá fazer coisas extraordinárias para o Senhor.
No fim da primeira semana de aula, como era costume, meu pai fez uma caminhada matinal na praia, que já tinha sido cenário de muitos milhos assados na brasa e muita cantoria em grupo, tudo aquecido por enormes fogueiras ao luar. Naquele sábado, meu pai voltou e contou sobre a cena que tinha visto na praia: um grupo de moças com meias de lã, formando um círculo de oração. Então ele disse para mim e para minha mãe que ele se sentia integralmente pago.
Darlene Joy Grunke