Sábado
27 de maio
Pai e filha
Ele se jogou aos pés de Jesus e pediu com insistência que fosse até a sua casa, porque a sua filha única, de doze anos, estava morrendo. Lucas 8:41, 42

Em geral, o amor de um pai por uma filha é muito grande e cercado com proteção, preocupação e certa dose de ciúme. No momento em que escrevo este texto, minha filha, Ana Clara, está com três anos de idade. Ela é meu tesouro, e o pedido por seu bem-estar presente e futuro é parte de minhas orações diárias.

Desde que a Ana nasceu, a história retratada no versículo de hoje assumiu contornos ainda mais dramáticos para mim. A dor daquele pai deveria ser imensa pela possibilidade de se separar de seu xodó.

Na maioria dos casos, as meninas se apegam aos pais, são carinhosas e doces. É assim na minha casa, e imagino que fosse assim também no lar de Jairo. Ele devia estar desesperado com a doença da filha.

Passei minha infância inteira ouvindo uma história parecida. Sou o mais velho de três irmãos. Priscilla é minha irmã do meio, e era o xodó de meu pai. Acontece que, aos setes meses de vida, ela foi acometida por uma forte pneumonia. A bactéria que invadiu o pequeno pulmão dela foi a temida staphylococcus aureus.

A infecção avançou rapidamente, e o quadro de minha irmã foi considerado grave pelos médicos. Na época, meu pai gastou bastante dinheiro em busca da melhor medicina disponível em nossa região para tentar salvar a filhinha. Porém, todas as tentativas pareciam inúteis, e os pediatras chegaram a desenganá-la.

Foi quando a fé assumiu o primeiro lugar nas tentativas de meu pai. Ele resolveu buscar a Deus de todo o coração para que Priscilla fosse salva. Ele orou em lágrimas: “Se o Senhor salvar minha filha, eu prometo educá-la o mais longe possível das influências do pecado e dedicarei, não só ela, mas também meus outros filhos para o seu serviço.” Ele entendia que a TV poderia atrapalhar o cumprimento de sua promessa e a vendeu, usando o dinheiro para comprar todo o piso da igreja que frequentávamos.

De forma inexplicável, o quadro de Priscilla começou a melhorar, e o milagre aconteceu. A infecção foi tratada, e minha irmã pôde crescer com saúde.

Esse milagre ligou ainda mais meu pai à minha irmã. Ele cuidou dela com muito mais carinho. Ao relembrar essa história durante toda nossa infância, papai nos ensinou sobre o amor e o poder de Deus. Para nós, ficou claro que Jesus é um Pai amoroso que cuida de seus filhos com muito carinho.