“Há três palavras difíceis de dizer: inconstitucionalissimamente, paralelepípedo e desculpa.” A frase acima retrata uma triste realidade: nossa indisposição natural de reconhecer os próprios erros e a falta de coragem de pedir perdão quando falhamos com os outros.
Sabendo disso, Jesus ensinou o que está escrito no versículo de hoje. O texto deixa claro que, diante de Deus, a responsabilidade de tomar a iniciativa para restaurar um relacionamento que foi maculado não é do ofensor, mas do ofendido.
Por que as coisas devem ser assim? Em geral, porque quem ofende não tem a dimensão da dor que causou no outro. É como destaca a frase: “Quem bate esquece, mas quem apanha não.” Assim, o ofendido sabe exatamente o mal que sofreu e pode comunicar isso ao ofensor para que a relação seja restaurada com arrependimento e perdão.
Ao mesmo tempo, ao expressar seu desagrado ou sofrimento, a pessoa abre o coração e se liberta da possibilidade da mágoa, a qual traz prejuízos graves para quem a sente.
Além disso, tomar a iniciativa em uma reconciliação faz quem age assim espelhar o comportamento divino. Diz a Bíblia: “Deus […] nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação” (2 Coríntios 5:18, NVI).
O ser humano ofendeu gravemente a Deus com o pecado. Foi criada uma inimizade terrível e um muro de separação se ergueu entre nós e o Pai. No entanto, Jesus não ficou esperando a iniciativa da humanidade. Ao contrário, Ele resolveu se entregar e pagar o preço para que a reconciliação entre nós e Deus se tornasse realidade.
O Senhor fez isso por saber que o pecado, além de ser uma terrível ofensa, impede nossa percepção a respeito da gravidade do que fizemos e nos prende na rebelião contra o Pai. Para quebrar esse mal-entendido e nos dar poder para o arrependimento, Jesus veio aqui e nos fez de novo amigos de Deus.
Jesus “nos confiou a mensagem da reconciliação”. Entre outras coisas, isso significa que temos o dever de agir como Ele quando somos ofendidos. Sei que parece mais fácil pronunciar o “palavrão” “inconstitucionalissimamente” do que procurar alguém que nos ofendeu e oferecer perdão; porém, na linguagem do Céu, “reconciliação” e “perdão” são palavras lindas e fáceis de dizer e praticar.