Quinta-feira
20 de junho
Palavras da minha boca
A palavra proferida no tempo certo é como frutas de ouro incrustadas numa escultura de prata. Provérbios 25:11

Meu telefone tocou ontem. Era um colega de trabalho pedindo que eu reescrevesse uma nota de agradecimento para uma entrevista. Assim que desliguei, recebi um e-mail me pedindo para examinar um rascunho e fazer as alterações apropriadas antes do envio do e-mail. Esta tarde, vou participar de uma reunião com a minha administração para tratar de preocupações expressadas pelos meus colegas de trabalho. Embora não esteja em minha descrição de trabalho, com frequência sou solicitada a ajudar quando a situação exige uma presença polida e tranquilizadora.

Gostaria de poder dizer que sempre aplico essas mesmas habilidades em minha vida particular, mas esse não é o caso. Quando chego em casa, estou cansada de ser compreensiva e paciente, e os mais próximos de mim, muitas vezes, sofrem com minhas palavras precipitadas. Tenho falado sem pensar, machucando aqueles que eu amo com minhas palavras ou com a dureza do meu tom. Muitas vezes, gostaria de poder recuperar o que eu disse, mas o dano já foi feito.

Pouco tempo atrás, machuquei um amigo querido e, para minha vergonha, não estava ciente de como meus comentários foram recebidos. Ele teve duas experiências muito dolorosas: a perda de um dos pais e a traição de um amigo íntimo. Minha resposta, em vez de consolá-lo, só causou dor adicional.

Essa experiência me lembra a de Jó. Ele sofreu física, mental e emocionalmente. Seus amigos foram visitá-lo, certamente com a intenção de oferecer conforto e esperança. Ficaram sentados com ele, sem dizer nada durante sete dias porque perceberam a profundidade de sua dor e de seu sofrimento. No entanto, quando finalmente falaram, suas palavras não ajudaram a animá-lo. Suas palavras eram condenatórias e causaram mais dor.

Pergunto a mim mesma com que frequência minhas palavras são como as dos “bons amigos” de Jó? Minhas palavras estão curando como uma pomada ou estão cortando como a espada?

Quando eu tiver que prestar conta de minhas palavras, como diz Mateus 12:36, eu tremerei de medo ou estarei confiante porque elas foram graciosas, como um favo de mel, trazendo doçura para a alma e saúde para o corpo? Quando esse dia chegar, oro para que, como meu amigo fez por mim, Deus me perdoe pelas palavras da minha boca.

Tamara Marquez de Smith