Eu não havia planejado que meu aniversário de 67 anos começasse assim. Eu tinha ido ao quintal fazer uma caminhada de oração pelo nosso jardim florido quando a vi embaixo da árvore de eucalipto — uma cobra marrom e comprida. Liguei rapidamente para meu esposo e, de uma distância de 32 quilômetros, ele me disse o óbvio:
-Pegue uma enxada ou rastelo e mate-a! Cuidado para a cobra não picar você! Tchau.
Sentindo-me sozinha e completamente sem qualificação para a tarefa em questão, chamei Glória, minha nova amiga e vizinha.
– Provavelmente, a cobra já tenha ido embora — ela disse enquanto eu entregava a ela a arma. Mas não. A cobra não tinha ido embora e estava enrolada do outro lado do tronco da árvore… esperando.
– Ummm… — minha amiga murmurou. — Essa serpente-mocassim-cabeça- de-cobre é um tanto grande, até para essa região.
Fiquei imaginando como Glória se mantinha calma enquanto ela bolava um plano. Sua atitude autoconfiante e movimentos precisos repentinamente me inspiraram a aderir ao plano dela. Se eu fosse fazer um filme de ação sobre o que aconteceu nos 15 segundos seguintes, ele teria o nome de Idosas Usam Pás Para Ter Paz! Durante aqueles poucos segundos, a promessa de Gênesis 3:15 passou rapidamente pela minha mente, seguida de uma oração silenciosa desesperada: Ajuda-nos a fazer a mesma coisa aqui, e, por favor, proteja nosso calcanhar!
Então Glória proclamou as doces palavras:
– Acertei a cabeça dela. Não se preocupe com o resto do corpo.
Naquela noite, ao refletir sobre como meu aniversário começou, passei a ter uma nova visão da promessa de Deus a Adão e Eva no Jardim do Éden, a promessa de que um dia Deus bateria com a pá definitiva da redenção pela última vez. Ele acabaria eternamente com aquela “antiga serpente… o diabo”.
Naquela noite, também louvei a Deus por Sua graça. Graça que, por meio do sangue do Seu Filho, ao invés do meu sangue, me concederá a vitória sobre o poder da serpente na minha vida. Graça que me restaurará à imagem do Seu próprio Filho em um outro lindo jardim.
Carolyn Sutton