Quinta-feira
08 de maio
PECADORES S.A.
Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus. Romanos 3:23

Hinos religiosos, além de alegrar a alma e glorificar a Deus, também refletem o espírito de uma época. Canções como “Vem Logo Minha Carruagem” aludiam aos anseios de liberdade dos escravos. Já o conhecido “Hino da Batalha” relacionava-se à Guerra Civil Americana. E os hinos atuais, o que revelam sobre nosso contexto religioso?

Algo que me chama atenção é a forma como clamamos pelo auxílio divino, um tanto diferente do que se cantava no passado. Antigamente, havia uma ênfase maior no sentimento de pecado e no pedido de perdão. Hoje, o que mais pedimos é que Deus entre em nossa vida, sare nossas feridas e resolva nossos dilemas. De fato, é bíblico buscar ao Senhor na angústia. O problema talvez não esteja no que pedimos, mas no que falta em nossas petições: confessar pecados e rogar por perdão. Não que a palavra pecado tenha desaparecido completamente. No entanto, sua presença na poesia moderna diminuiu exponencialmente. Por quê?

Antes de culpar os compositores, lembre-se de que os hinos refletem as ênfases teológicas da época, de modo que essa situação pode ser o sintoma de uma geração que não se sente pecadora. A psicologia nos deu uma variedade de termos para classificar nossos sentimentos de culpa, mas o pecado não está entre eles.

Uma pesquisa feita pela LifeWay Research descobriu que dois terços dos americanos admitem que são pecadores, mas apenas 28% sentem necessidade de confessar seus pecados ou buscar a Jesus para vencê-los.

Houve um tempo em que as pessoas reconheciam seus pecados e entendiam a necessidade de arrependimento. Mas a imposição do politicamente correto fez com que os púlpitos parassem de falar disso. O problema é que justamente esse reconhecimento é o que torna o evangelho eficaz. Jesus não veio chamar os justos, mas, sim, os pecadores (Mc 2:17).

Se as pessoas não se sentem pecadoras ou não manifestam necessidade de vencer o pecado, a obra de Jesus se resume ao de um salva-vidas no deserto, onde ninguém está se afogando. Mais do que um psicólogo, Ele é o Salvador. Não hesite em confessar seus pecados, pois Cristo é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça (1Jo 1:9).