Depois da tragédia de 11 de setembro em Nova York, muitas famílias das vítimas pediam não simplesmente pela justiça, mas também por vingança. O lema de alguns era “nunca esqueça, nunca perdoe”. Esse credo foi defendido por muitos nos Estados Unidos.
Em contraste a essa atitude, duas mães se tornaram símbolos de empatia e perdão. O filho de Phyllis Rodriguez foi morto no World Trade Center, e o filho de Aicha el-Wafi, Zacarias Moussaoui, foi condenado por seu envolvimento nas explosões e sentenciado à prisão perpétua. De alguma forma, a tragédia de Aicha a motivou a querer entrar em contato com as famílias daqueles que foram mortos naquele dia. Catorze meses depois da tragédia, ela foi a Nova York se encontrar com as famílias de algumas das vítimas. Das cinco famílias de vítimas que se encontraram com ela, apenas uma delas era mãe — Phyllis.
Aicha começou a reunião dizendo:
— Não sei se meu filho é culpado ou inocente, mas quero dizer a vocês que sinto muito pelo que aconteceu às suas famílias. Sei o que é sofrer, e acredito que, se há um crime, o indivíduo deve ser julgado justamente e punido.
Como resultado de Aicha ter entrado em contato com as famílias das vítimas daquela maneira, as pessoas que se encontraram com ela conseguiram compartilhar suas histórias de tristeza e perda e, assim, elas se conectaram como seres humanos. As duas mães imediatamente desenvolveram vínculos entre si, porque elas conseguiram ter empatia pelo sofrimento uma da outra. A empatia nos diz que, apesar do fato de que todas nós somos diferentes, em alguns momentos agimos de modo igual e nos assemelhamos em muitos outros aspectos. A empatia proporcionou a Aicha o contato com aqueles americanos cuja cultura e crenças são tão diferentes das dela, e a empatia proporcionou a Phyllis não somente desenvolver uma conexão com Aicha, mas também superar suas diferenças óbvias para ver a realidade fundamental de que ambas eram mães que haviam sofrido uma dor irreparável.
A história delas nos ensina não somente que todas as pessoas são mais parecidas do que diferentes, mas também sobre o poder curador do perdão e da empatia.
Carla Baker