Era época de férias! Estávamos em família aproveitando uns dias numa praia bem movimentada e que não nos era muito conhecida.
Em determinado momento vimos algumas pessoas passando perto de nós. Elas batiam palmas e olhavam para todos os lados. O rosto delas mostrava ansiedade e preocupação.
– É um código – disse minha cunhada. – Batem palmas quando uma criança está perdida.
Instintivamente, olhei para minhas meninas que brincavam a poucos metros de mim. Elas continuavam ali e me senti aliviada. Fiquei considerando como estaria o coração daqueles pais buscando sua criança perdida. Conversamos então sobre os perigos da superlotação da praia, da facilidade com que as crianças se distraem e da maldade que impera em nosso mundo.
Não sei quanto tempo gastamos com a conversa, quando ouvimos novamente o som de palmas, mas agora elas eram diferentes das primeiras, eram palmas de alegria. Logo enxergamos a família com a pequena menina carregada nos braços, firme o suficiente, para não perdê-la outra vez. O pai sorria e agradecia a todos os que aplaudiam o reencontro. A menina estava bem, a família estava completa, a angústia e o medo foram embora.
Todos nós vivemos neste mundo mau e “superlotado”. O inimigo de Deus faz de tudo para nos distrair e nos separar do nosso Pai. Sem percebermos, podemos nos perder. Como uma criança que brinca e pouco a pouco se afasta dos seus familiares, corremos o risco de nos afastarmos de nosso Deus e das Suas instruções. As tentações são atrativas, aparentemente inofensivas e dão a impressão de que não nos distanciamos nenhum passo. Mas, ao tentarmos voltar, percebemos que estamos longe demais e nem sabemos qual rumo ou direção seguir.
A graça e a misericórdia entram em cena nesta história. Jesus, por intermédio do Espírito Santo, assim como aquele pai, sai em busca de cada um de nós, sinalizando, batendo palmas, chamando, insistindo. Ele veio para salvar o que estava perdido; na realidade, todos nós. Ele quer nos encontrar! E o melhor, Ele sabe onde estamos. Seu chamado não acontece para identificar nossa localização, mas para motivar nosso coração ao regresso. Sua insistência é amorosa. Seu amor é insistente. Ele não desiste de nós. Ele continua nos chamando.
Oremos para ter ouvidos atentos ao amorável convite do nosso Salvador. “Se hoje vocês ouvirem a Sua voz, não endureçam o coração” (Hb 3:15).
Josiane Britis Kalicz