Discernimento é diferente de inteligência, sofisticação e cultura. Uma pessoa culta tem informação, uma inteligente tem o pensamento rápido e perspicaz, a que tem discernimento, por sua vez, percebe coisas que só são claras para aqueles que enxergam a vida a partir de determinados princípios. Em outras palavras, o discernimento não é uma qualidade meramente pessoal com a qual você nasce, nem um ensinamento que aprende na escola, mas um dom que você desenvolve e refina em sua relação diária com Deus.
O problema da sabedoria mundana é que ela exclui Deus e, em Seu lugar, coloca o próprio ser humano. Seria como construir uma torre sobre um tijolo de barro em vez de edificá-la em cima de uma pedra sólida.
Eu (Júlio) tive essa impressão quando passei pela Praça dos Museus em Amsterdã, na Holanda. Vi muita cultura e sabedoria reunidas. Mas, naquela mesma cidade, você pode encontrar souvenirs em forma de haxixe; nas vitrines, em vez de manequins estáticos, pessoas são expostas não para vender a roupa, mas outro tipo de “mercadoria”.
Cada dia que nasce, cada manhã, cada respiração, cada vez que voltamos para casa são oportunidades para ser gratos pela vida e promover arrependimento pelos próprios pecados. A busca por erudição, sofisticação e refinamento cultural não justifica a crença – um tanto arrogante – de que estamos acima do bem e do mal. Nenhuma das sete maravilhas do mundo é capaz de transformar o coração humano ou remediar o caráter mau daqueles que fazem da Terra um lugar menos maravilhoso do que poderia ser.
Portanto, diante de um monumento, uma obra de arte, uma peça literária, uma composição musical ou uma descoberta científica, fique à vontade para admirar o potencial humano. Nunca se esqueça, porém, Daquele que é a fonte original de sabedoria e poder. Seja grato por isso. A gratidão torna mais requintada qualquer conquista ou realização.