Se houvesse apenas uma vaga para um concurso público e 75 milhões de inscritos, talvez você não se animasse muito em prestar o exame. Pois saiba que essa é a probabilidade estatística do cumprimento de apenas uma profecia bíblica. Vamos considerar o exemplo da profecia da destruição de Tiro (Ez 26:3-5). Segundo o profeta, essa poderosa cidade se tornaria em ruínas, sobre as quais os pescadores estenderiam suas redes.
Foi emocionante para mim a oportunidade de mergulhar com cilindro na costa sul do Líbano, a 83 km de Beirute, e observar metros abaixo da superfície as ruínas da antiga cidade de Tiro. A profecia de Ezequiel não saía da minha mente enquanto explorava as colunas e ruas submersas daquela que foi o orgulho metropolitano dos antigos fenícios.
A emoção aumentou ao retornar à superfície e compartilhar um almoço com a equipe. Em frente ao restaurante, várias colunas antigas estavam dispostas sem critério ao longo da marina, com uma quantidade considerável de redes de pesca secando ao sol. Segundo o matemático Peter Stone, a probabilidade de isso ter sido previsto racionalmente há 2.500 anos é de uma chance em 75 milhões!
Alguém poderia argumentar: “Sim, a chance da coincidência é estatisticamente difícil, mas não significa que seja impossível. Afinal, em um sorteio com 75 milhões de nomes, alguém ganhará o prêmio.” Isso é verdade, mas lembre-se de que esse foi o cálculo probabilístico de uma única profecia bíblica. A mesma casualidade vai ficando cada vez mais improvável à medida que outras profecias entram em cena.
Se os cálculos da Enciclopédia de Profecia Bíblica de J. Barton Payne estiverem corretos, há 1.817 profecias na Bíblia. Considerando que boa parte delas já se cumpriu, com probabilidade igual ou menor que a da profecia acerca de Tiro, isso significa que o vencedor do prêmio envolvendo 75 milhões de participantes deveria ter sido sorteado pelo menos mil vezes seguidas, sem perder uma sequer.
O cálculo probabilístico disso também perde para a hipótese mais óbvia: estamos diante de um desígnio. Existe uma Providência por trás das profecias, a qual podemos confiantemente chamar de Pai celestial.