Meu marido e eu temos dois gatos: o Gabriel e o Miau. O Gabriel dificilmente sai de casa. No entanto, o Miau tem a tendência de escapar e sair explorando assim que vê uma oportunidade – não importa o quanto tentemos contê-lo.
– Querida, você viu o Miau? – perguntou meu marido em um sábado, quando nos preparávamos para sair para a igreja. – Quando eu estava colocando as coisas no carro, acho que não fechei direito a porta da garagem, pois percebi que ela estava entreaberta. Não podemos sair, porque o Miau pode estar lá fora.
Então, meu marido olhou pela janela e viu o Miau no quintal, caminhando pela área arborizada.
Ah, não!, pensei. Estamos vestidos para ir à igreja e agora temos que procurar nosso gato no meio do mato. Trocamos de roupa e saímos para resgatá-lo. Não é preciso dizer que eu não estava vestida apropriadamente para a tarefa. Enquanto procurava e chamava pelo Miau, encontrei árvores, ervas daninhas, lama e arbustos espinhosos. Finalmente, após cerca de quinze minutos, vi o gato de relance. Meu marido havia fi cado um pouco além do perímetro da área arborizada para o caso do Miau decidir correr naquela direção. Assim que me viu indo em sua direção, Miau se virou e começou a voltar para casa. Eu me virei pensando que poderia sair da floresta tão facilmente quanto o gato. Meu marido, sabiamente, havia ficado no perímetro, mas eu estava tentando me desvencilhar das árvores, das ervas daninhas e da lama. Os arbustos espinhosos cortavam minha pele como facas. Logo, senti o sangue escorrer pelas minhas pernas. Cada curva que eu fazia parecia me levar mais para dentro da floresta. Finalmente, gritei para meu marido:
– Ajude-me! Estou presa aqui dentro! – Ele me ajudou e consegui sair da floresta.
O que aconteceu naquele dia me fez pensar em como minha situação era um exemplo do modo como nos prendemos ao pecado. É fácil entrar em um caminho de pecado, porque não percebemos o perigo. Entretanto, com o passar do tempo, percebemos que estamos presas – como se estivéssemos em um labirinto. Ao tentarmos encontrar a saída, vemos que estamos perdidas. Somente depois de emergirmos, somente depois de termos clamado ao nosso Pai celestial por ajuda, é que nos vemos com cicatrizes, machucadas e ensanguentadas (assim como Jesus estava) – mas retornamos em segurança aos braços amorosos do Pai. O Miau também foi resgatado, mas tenho algumas cicatrizes daquela guerra para me lembrar do seu resgate.
Zandra LaMar Griffi n-Willingham