Era véspera de Natal. Minha família estaria reunida, enfim, depois de anos sem nos encontrarmos. Nós, filhos, crescemos, e cada um foi para um lugar. Meu irmão havia se formado na universidade (Unasp-EC) no fim de semana anterior e, na ocasião, minha mãe veio de longe, e eu do sul do Brasil, para celebrarmos. No dia anterior ao Natal, saímos nós três de carro a fim de comprar presentes para a reunião familiar que aconteceria em Tatuí, na casa de familiares queridos.

Fizemos as compras e estávamos voltando para a casa dos meus avós quando avistamos uma cadela mancando na beira da estrada. Nós três ficamos comovidos com a cena, então fiz o retorno. Minha mãe e meu irmão saíram em busca do animal. Depois de alguns minutos, vi minha mãe com a cadela nos braços. Peguei o celular e comecei a procurar um veterinário que estivesse aberto em pleno dia 24 de dezembro. Encontrei, e lá fomos nós.

Na clínica, deram toda a atenção e o tratamento necessários. Aplicaram uma injeção, e a cadela ficou em observação. O interessante foi que em momento algum ela reclamou. O pobre animal simplesmente nos deixou que o resgatássemos e cuidássemos dele. Após horas de atendimento, a cadela teve alta, mas não sabíamos o que fazer com ela. Não poderíamos levá-la para casa. Cada um ali morava em um estado diferente, e estávamos hospedados na casa de parentes naquele momento. O que fazer? Ligamos para vários lugares, mas não tivemos sucesso. Depois de muita busca em vão, decidimos colocá-la em frente à casa mais próxima ao local onde a encontramos. Quando a deixamos lá, nosso coração apertou com a incerteza do futuro daquele animal que, em poucas horas, havia se tornado tão importante para nós.

Naquele momento, meus olhos se encheram de lágrimas ao pensar em como fomos resgatados por Jesus. Deus, em Seu infinito amor, enviou o Seu único Filho, que veio como bebê, para nos curar as feridas eternas. Nosso Criador, que nos amou profundamente a ponto de parar, descer e nos resgatar, nos amar, e fazer ainda mais do que nós, como humanos, fizemos com aquela cadelinha. Ele sabe onde é o nosso verdadeiro lar e está ansioso para nos levar para a casa Dele.

Que, ao comemorar o Natal, você e eu possamos enfim aceitar o verdadeiro presente: a missão de resgate de Jesus ! Um dia, finalmente voltaremos para casa com Ele.

Thalita Graziella de Oliveira Rossendy