Segunda-feira
27 de março
ROSTO DE ANJO
Todos os que estavam sentados no Sinédrio, fitando os olhos em Estêvão, viram o seu rosto como se fosse rosto de anjo. Atos 6:15, NAA

Estêvão é um dos meus personagens prediletos do Novo Testamento. Embora tenha uma passagem meteórica pelo livro de Atos, é impressionante a influência desse homem de Deus. A Bíblia o descreve como “cheio de graça e poder; fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (At 6:8). Ele foi escolhido pelos 12 apóstolos como um dos sete diáconos da igreja primitiva, a fim de auxiliar no serviço diário de distribuição de alimentos. 

Porém, a atuação de Estêvão não se limitou apenas a servir; ele também se tornou um grande pregador do evangelho. Judeu de nascimento, Estêvão era um profundo estudioso das profecias. E por ser habilidoso na língua grega, Deus o usou para evangelizar os judeus helenistas. Quando ele abria a boca para pregar, as pessoas “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava” (At 6:10). 

Como era de se esperar, a boa influência de Estêvão causou inveja por parte de alguns sacerdotes e príncipes, que subornaram testemunhas falsas para acabar com a reputação do poderoso diácono. Assim como havia acontecido com Jesus anos antes, os líderes judeus levaram Estêvão até o Sinédrio a fim de o julgarem por blasfêmia. 

Entretanto, Estêvão não se intimidou com a oposição e muito menos ocultou a verdade. Com firmeza na voz, ele ecoou diante da audiência a solidez da sua fé. Ali estava, inclusive, Saulo de Tarso, cheio de vontade de condená-lo. Enquanto Estêvão conectava Cristo e as profecias em seu brilhante discurso, algo incrível aconteceu: o rosto dele ficou semelhante ao de um anjo. A beleza da sua face combinou com a pureza da verdade que ele pregava. Essa postura incendiou a fúria dos espectadores que, munidos de pedras, o arrastaram para fora da cidade e fizeram dele o primeiro mártir do cristianismo. 

Enquanto sofria, Estêvão viu Jesus em pé, à direita de Deus, em uma postura de reprovação à nação judaica. Porém, assim como Cristo na cruz, Estêvão foi capaz de perdoar os seus agressores. 

Para Deus, ter um “rosto de anjo” não significa ter um nariz bem desenhado ou uma boca simetricamente perfeita. Antes, significa revelar a verdade e o perdão, mesmo em face da opressão e da morte.