O ser humano é uma criatura singular, feita à imagem de Deus nos aspectos físico, mental e espiritual. Ao contrário dos animais, o ser humano possui senso moral, liberdade autoconsciente, linguagem proposicional e a capacidade de reconhecer a si mesmo e refletir sobre a sua existência.
Apesar de termos enormes vantagens sobre os animais, o texto de hoje faz uma intrigante comparação. Deus afirma que o boi e o jumento conhecem os seus donos e até o lugar onde comem, mas Israel não sabe nada sobre Deus. Não há amor, obediência e dependência desses filhos para com o Pai. O professo povo de Deus vive como se Ele não existisse, o que é uma forma de ateísmo. Ao darem as costas para o Criador, os seres humanos chegam a um nível inferior até aos próprios seres irracionais.
Em outros momentos na história humana, muitas pessoas reproduziram essa mesma postura insensata. Lembra-se do dilúvio? Noé pregou 120 anos a respeito do juízo divino, mas ninguém creu, exceto a sua família. Deus ordenou, então, que os animais entrassem na arca, de dois em dois. Eles obedeceram! Ellen White descreveu: “Em perfeita ordem passaram para a arca. Os animais obedeciam ao mandado de Deus, enquanto os homens eram desobedientes” (Patriarcas e Profetas, p. 69 [98]).
A Bíblia fala também de Balaão. Após o pedido de Balaque, rei de Moabe, o profeta partiu para amaldiçoar o povo de Israel. Quando estava a caminho, um anjo do Senhor se pôs à frente da jumenta de Balaão na intenção de impedir a viagem. Por três vezes isso aconteceu, e em todas elas o animal empacou ao ver o anjo. Porém, na terceira vez, Balaão ficou furioso e passou a espancar o seu único meio de transporte. Incrivelmente a jumenta passou a falar, reprovando a atitude do seu dono. Que contrassenso! Um animal irracional foi mais sábio que um profeta. Graças à jumenta e à misericórdia divina, a vida de Balaão foi preservada. Séculos depois, o mesmo aconteceu com Jonas e, posteriormente, com Pedro. Deus usou animais – um peixe e um galo, respectivamente – para corrigir a rota dos servos insensatos.
Será que Deus vai precisar usar um animal para ensinar a você alguma lição?