A parábola do bom samaritano é uma das mais conhecidas da Bíblia. Nela, Jesus ensina que o amor não conhece barreiras imaginárias como nacionalidade, língua e cor. Diante da necessidade do próximo, a única reação que se espera do cristão é ajuda. Não importa quem seja a pessoa, pois os filhos de Deus fazem o bem sem olhar a quem.
No entanto, esse não era o pensamento do sacerdote e do levita, na história contada por Jesus. Assaltado, espancado cruelmente e quase morto, um homem estava jogado à beira da estrada “que descia de Jerusalém para Jericó” (Lucas 10:30, NVI).
Algum tempo depois, o sacerdote, “quando viu o homem, tratou de passar pelo outro lado da estrada” (Lucas 10:31). O desprezo foi total. Em seu modo egoísta de ver as coisas, esse líder religioso tinha todas as desculpas para não ajudar.
Como não dava para saber se o homem estava vivo ou morto, muito menos era possível identificar a nacionalidade do infeliz, o sacerdote pode ter pensado: “Eu, um servo de Deus, não posso me contaminar ao tocar pessoas que não sejam judias, ainda mais se estiverem mortas. Sou um homem puro; por isso, não vou ajudar.” O sacerdote usou a religião para desculpar sua omissão.
Ao se prender às regras sobre purificação ritual, ele desprezou a essência da lei de Deus, que ordena amor ao próximo. Cristo jamais pensou assim; aliás, se tivesse pensado, a humanidade toda estaria condenada, porque somos impuros, e Ele é a pureza em pessoa. Jesus resolveu “fazer o serviço sujo” de vir a este mundo poluído para nos salvar. Seu amor descomunal o manteve puro enquanto trabalhava para nos purificar.
Logo em seguida, passou o levita, que era uma espécie de ajudante de sacerdote. Provavelmente, ele soubesse que seu chefe havia passado por ali. Como as regras não eram tão rígidas para os levitas, resolveu chegar um pouco mais perto para ver a situação, mas decidiu seguir o exemplo do sacerdote e deixar o pobre homem sem auxílio. Esse tinha ainda menos desculpa para não ajudar, mas não quis fazer nada.
Parafraseando Keneth Bayley, os ladrões feriram o homem com a violência física, mas o sacerdote e o levita o feriram com a negligência. Nesse sentido, a Bíblia diz: “Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tiago 4:17, NVI). Que neste dia, o amor de Deus inunde nosso coração e nos dê disposição para fazer o bem sem olhar a quem.