Nossa viagem por Israel estava chegando ao fim. Tínhamos visto uma tumba, com uma enorme pedra rolante, onde foi o túmulo de Cristo. Vimos oliveiras e rebanhos de ovelhas nas colinas. Na cidade de Jerusalém, tive que passar por uma grande multidão para chegar ao Muro das Lamentações, onde orei pelos meus filhos. Nunca vou me esquecer da sensação de flutuar no Mar Morto, uma experiência fantástica! Mas então, a viagem estava quase acabando. Nesse dia, estávamos na cidade antiga de Cafarnaum, para ver as ruínas da casa do apóstolo Pedro. Meu marido e meus filhos foram explorar as redondezas, porém eu fiquei nas ruínas, perguntando-me se Pedro tinha realmente morado ali. Estava imersa em meus pensamentos quando dei mais um passo e meus pés pisaram em nada além de ar. Numa velocidade maior do que eu esperava, caí sobre o lado esquerdo do meu próprio corpo. A dor era excruciante!
Alguém chamou uma ambulância. O trajeto até o hospital foi de pura agonia. Por fim, deitei-me imóvel numa cama. Logo depois, vieram as radiografias e, posteriormente, uma cirurgia. Tivemos que remarcar nosso voo de volta duas vezes, pois fiquei nove dias internada. Apesar de eu estar sendo muito bem cuidada, ah, como eu queria ter prestado mais atenção onde pisava! Um pensamento recorrente sondava a minha mente: Dessa vez você não tem uma segunda chance. Eu desejava poder voltar no tempo, no exato minuto antes de dar aquele passo para a frente. Eu teria olhado para o chão. Teria olhado para meus pés. Talvez até pedisse para meu marido segurar meu braço. Com certeza, eu não cairia. Depois da minha cirurgia em Israel, começou o processo de cura. Tive muito tempo para pensar. Se você queimar uma fornada de biscoitos, pode fazer outros. Se você odiar a cor com a qual pintou as paredes do seu quarto, é só pintar de outra cor. Caso decida que não gostou da blusa que comprou, você provavelmente pode trocá-la ou devolvê-la. São situações inconvenientes, mas que podem ser resolvidas.
Mas outras circunstâncias não são resolvidas facilmente. Palavras sarcásticas ou di- tas na hora da raiva não voltam atrás. Nem a fofoca. Por mais que desejemos uma segunda chance, o que está feito, está feito. Pedir desculpa? Claro! Mas assim como na minha cirurgia e na substituição parcial do osso do meu quadril, a dor irá persistir.
Por isso, hoje assumo o compromisso de pensar antes de falar. Quero considerar o efeito que as minhas palavras podem causar nas pessoas que irão ouvi-las ou nas pessoas sobre quem estou falando.
Não quero passar pela dor de não ter uma segunda chance!
Penny Estes Wheeler